quinta-feira, 18 de abril de 2024
Economistas apontam os desafios para indústria goiana

Economistas apontam os desafios para indústria goiana

A produção industrial goiana cresce neste ano, mas de forma muito tímida. Economistas afirmam o que pode ser feito para acelerar este crescimento.

10 de agosto de 2022

Cláudio Henrique: crescimento neste ano ficou com gostinho de “quero mais”

A produção das indústrias em Goiás teve o quarto maior crescimento no primeiro semestre deste ano do País. Entretanto, num cenário em que a produção nacional apresentou queda. O avanço da indústria goiana neste ano é de apenas 1,6%, comparado com o mesmo período de 2021. Economistas ouvidos pelo EMPREENDER EM GOIÁS afirmam que o setor tem muitos desafios para crescer à taxas maiores.

Para o economista da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Cláudio Henrique, o resultado da produção goiana surpreende de forma positiva. Porém, retrata a realidade atual. “Ou seja, reflete o crescimento da indústria extrativa mineral acumulado em 2022 e o forte impulso na construção civil que, neste ano, se apresenta aquecida com vários lançamentos imobiliários e construção em curso”, afirma.

“A atividade industrial goiana em crescimento garante a todos uma situação mais favorável. Porém, a consolidação deste crescimento permeia ações que garantam maior competitividade à nossa indústria em relação a outros Estados e a agregação de valor que Goiás precisa”, frisa o economista da FIEG.

Cláudio Henrique diz que o desempenho da indústria de transformação traz a recuperação da produção pós-pandemia e deixa um “gostinho” de que poderia ser melhor, se as taxas de juros para financiamento estivessem mais acessíveis. “O setor de alimentos, o mais forte de nossa atividade produtiva, em especial pela agroindústria, também apresenta crescimento, porém um pouco abaixo do esperado. Tem-se que a inflação seja a principal responsável por um avanço de baixa magnitude”, ressalta.

Alerta

O economista Paulo Borges Campos Júnior, consultor sênior da Tarumã Consultoria, afirma que as maiores expansões da indústria goiana têm acontecido nos segmentos automotivo (montadoras), farmoquímicos (medicamentos) e produtos minerais não metálicos. “Chama a atenção os 25,4% da expansão do setor automobilístico, atividade ainda relativamente nova em Goiás, e os 9,2% no setor de produção de remédios, segmento já consolidado e com mais de 60% do mercado nacional”, diz.

Mas, o economista alerta para um setor industrial muito importante para Goiás: de produção de alimentos, muito ligado ao agronegócio goiano, que teve neste ano um crescimento pífio de apenas 0,1%. “A robustez da economia de Goiás passa necessariamente pela agregação de valor a seus produtos. Tudo isso acompanhado por políticas públicas que estimulem a inovação, o empreendedorismo e a sua internacionalização. Sem isso, não conseguiremos alcançar nos próximos anos, níveis desejáveis de sustentabilidade econômica, social e ambiental”, diz Paulo Borges.

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