Sem o subsídio, seja para consumidores ou para os próprios supridores, o risco manifestado pela Petrobras é faltar combustível.
O preço do litro do diesel está há 25 dias sem reajuste e o da gasolina, há 84 dias no Brasil. A defasagem média calculada pelos importadores dos combustíveis é de 10% e 14%, respectivamente. “Os cenários das defasagens, tanto para gasolina como para o diesel, afastaram-se da paridade, o que inviabiliza as operações de importação”, diz a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis.
Sem o subsídio, seja para consumidores (o vale prometido desde o ano passado) ou para os próprios supridores, como fez Michel Temer em 2018, o risco manifestado pela Petrobras é que em um cenário de maior disparidade pode faltar combustível.
Uma saída para o governo de Jair Bolsonaro é decretar calamidade, para abrir espaço no teto e ampliar os gastos neste ano eleitoral. O presidente pressiona a sua equipe econômica. Na fila, há também o reajuste do funcionalismo federal.
A Petrobras fez o terceiro reajuste na gestão do presidente José Mauro Coelho. Desta vez, no preço do querosene de aviação, que subiu 11,4%. Já tinha aumentado quase 7% em abril. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), de janeiro a junho, o combustível acumula alta de 64,3%.
Foi o aumento do diesel que levou à demissão do ex-ministro Bento Albuquerque (11 de maio) e, na sequência, de José Mauro Coelho da presidência da Petrobras (23 de maio). O executivo, por enquanto, fica. Não renunciou e o presidente Bolsonaro também não deu andamento à nomeação– precisa começar indicando os conselheiros da estatal – de Caio Paes de Andrade para o lugar de José Mauro Coelho.
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