sábado, 20 de abril de 2024
Comércio goiano reclama da alta dos juros

Comércio goiano reclama da alta dos juros

Entidades de lojistas em Goiás afirmam que haverá impacto no crediário, com prestações maiores para os consumidores.

5 de maio de 2022

Valdir Ribeiro, da FCDL-GO: “Se consumidor vai embora, lojista não vende”

A alta dos juros básicos, que passou a ter a maior taxa (Selic) desde janeiro de 2017, afeta toda a economia, mas um setor em especial: o comércio varejista. Com o crediário mais caro para o consumidor parcelar suas compras, o setor prevê uma redução das vendas em Goiás.

“O setor varejista é um dos mais prejudicados por qualquer elevação na Selic. O comércio vende produtos de todos os preços e os mais caros geralmente são aqueles que os consumidores parcelam. Ele pode não entender nada de Selic, mas quando percebe que a prestação fica além do que cabe no bolso, ele vai embora e não compra”, afirma o presidente da FCDL-GO, Valdir Ribeiro.

“Se o consumidor vai embora, o lojista não vende. Se o lojista não vende, ele demite funcionários. Se ele demite funcionários, a gente não precisa nem explicar o que acontece. Isso tudo parece muito óbvio”, continua.

O presidente da entidade goiana afirma que, com juros mais caros, o empresário fica impedido de tomar crédito e expandir o negócio. “A inflação que o Banco Central está tentando combater não é de consumo e sim de preços administrados. Não dá para curar uma doença grave com um remédio errado”, frisa.

Prestações e inflação

É a mesma opinião do presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta. “Esse aumento de 1 ponto na Selic pouco vai interferir nos valores das prestações pagas pelo consumidor ao comprar móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, se compararmos com a taxa até então vigente de 11,75%. Mas quando olhamos pelo retrovisor e vemos que no início de 2021 essa mesma taxa era de 2% a situação muda muito”, afirma.

O dirigente dá como exemplo um consumidor que comprou uma máquina de lavar no ano passado por R$ 1.500,00. Ele pagaria 12 prestações de R$ 166,00 por mês. Agora terá de pagar 12 parcelas mensais de R$ 172,00.

“Parece pouco, mas com uma inflação que já vem corroendo o poder de compra, será que ele vai adquirir produtos que geralmente exigem o parcelamento da compra por serem mais caros ou vai priorizar itens básicos em casa? O Banco Central vai conseguir frear o consumo. Esse é o objetivo dos aumentos da Selic. Mas junto com isso ele prejudica o comércio e paralisa a economia”, diz.

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