Novas formas de fazer marketing estão surgindo. A chamada “tiktokzação” dos negócios é uma realidade e, como toda novidade, encontrar o equilíbrio entre a comunicação assertiva e o profissionalismo é fundamental.
Novas formas de fazer marketing estão surgindo. A chamada “tiktokzação” dos negócios é uma realidade e, como toda novidade, encontrar o equilíbrio entre a comunicação assertiva e o profissionalismo é fundamental. Em Goiás, do segmento de calçados à restaurantes usam o humor para alcançar o público, contudo necessita de certos cuidados. O povo goiano sempre esteve habituado com o entretenimento mesclado à publicidade tradicional.
Na década de 80, as saudosas propagandas das lojas Star’s Chic, rede de calçados que possuiu seis lojas em Goiânia, protagonizadas pelo proprietário das lojas – Robério Alves (62) já abordava a dualidade entre o humor escrachado, com a facilidade em comunicar com seu público alvo. Contando sempre com um meio de massa, televisão, atingia as classes C e D, com uma linguagem popular e descontraída.
Outro evento parecido, mas este com o acréscimo das nossas tecnologias e produções mais elaboradas, o Restaurante Árabe, também da capital, está trazendo vídeos em que o humor é o foco para vender seus produtos. Com mais de 65 mil seguidores em suas redes sociais e 3 milhões de visualizações, a abordagem irreverente reinventou o enfoque do comércio, até então, tradicional. O meio escolhido para as campanhas são as redes sociais.
Público
Entretanto, essa nova maneira de comunicar segrega e pode confundir o público conservador. É o que afirma o professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Antônio Carlos Machado, ao ressaltar que a harmonia tem que ser o foco entre vender e entreter. “A seriedade da marca pode ser colocada em jogo. Temos exemplos de sucesso, mas muito de fracassos”, lembrou.
O professor ressalta que o fator ideal é conhecer o público alvo e criar conteúdos específicos para tal. “De nada adianta criar um viral (vídeo com uma linguagem voltada para internet) e seu público for conservador. Você não terá aderência e, tão pouco, conversão para vendas”, alertou.
Curtidas
Para o dono da agência de publicidade BM2, Marcio Lima, essa estratégia deve ser bem alinhada pois pode até atrapalhar o negócio. “Algumas empresas, segmentos, podem optar por uma linguagem mais divertida, pois o seu consumidor levará e entenderá com praticidade.
Para não correr riscos, seria necessário um estudo de persona (tipos de clientes)”, afirma. Em alguns meios, completa, este tipo de abordagem pode levar a ridicularização e até desvalorização da marca. “Não podemos gerar comunicações agressivas e esquecer da métrica da vaidade, visualizações e curtidas não são vendas. O respeito com seu público devem ser prioridades. Você pode até atingir várias pessoas, ter audiência, mas sua conversão será ruim”, frisou.