Goiânia tem a terceira maior rede urbana do país

A rede urbana do Arranjo População de Goiânia (AP de Goiânia) é a terceira maior do Brasil em tamanho depois das de Manaus (AM) e de Belém (PA), ocupando parcela expressiva de Goiás e estendendo-se até Tocantins, parte do Pará, Oeste da Bahia e Leste de Mato Grosso. Conforme a publicação Regiões de Influência das Cidades 2018 (REGIC 2018), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além da terceira posição em tamanho de área, AP de Goiânia é a décima em tamanho populacional, com posições condizentes com as de outras redes das Regiões Norte e Centro-Oeste. A amplitude da rede urbana do AP de Goiânia engloba área de 964.430,5 km2, o equivalente a 11,3% do território nacional.

De acordo com o IBGE, a imensa extensão da rede urbana do AP de Goiânia ocorre em função, principalmente, da centralidade que possui com sua hinterlândia devido ao atendimento a bens e serviços de complexidade variada, acrescida da função de capital estadual. A Região Ampliada do AP de Goiânia, por sua vez, cobre uma área mais reduzida do país, quando comparada à rede urbana, são 753.072 km2, 8,8% do território nacional, que engloba parte de Goiás, abrigando, junto com o Distrito Federal, também a Região Ampliada do AP de Brasília (DF), engloba ainda Tocantins e a parte leste do Mato Grosso.

Neste contexto, o recorte urbano-regional goiano é composto por duas regiões ampliadas com os dois Núcleos principais, o AP de Brasília (DF) e o AP de Goiânia, ambos com categoria metropolitana, conferindo relações complexas e variadas com as cidades que centralizam e estabelecem ligações. Na Região Ampliada de Goiânia, as relações entre as cidades contam com um adensamento na rede que contabiliza uma metrópole, três capitais regionais, 17 centros sub-regionais, 31 centros de zona e 274 centros locais, ao todo 342 cidades, sendo 16 delas Arranjos Populacionais. “O encadeamento desta rede imprime uma complementaridade entre os centros urbanos que a compõem, assim como com a Região Ampliada de Brasília (DF), culminando com a formação, no estado de Goiás, de um eixo de maior desenvolvimento constituído por Brasília (DF) – Anápolis – Goiânia”, destaca a publicação.

Outro aspecto a ser considerado, no contexto urbano-regional de Goiás, é o do aumento crescente de sua urbanização no período de 1970 até 2010, com o registro de valores de 42,1%, 62,2%, 80,8%, 87,8% e alcançando 90,2% no último ano. Quanto ao crescimento populacional, os percentuais na taxa de crescimento geométrico anual indicam também algumas mudanças na rede urbana ao longo do tempo. A criação do estado de Tocantins alterou os dados demográficos de Goiás, que registrou, entre 1970 e 1980, uma taxa geométrica de crescimento de 2,7%, caindo para 0,4% no período de 1980 e 1991 (criação de Tocantins em 1988), entre 1991 e 2000, registrou 2,2% e entre 2000 e 2010, 1,8% próximo à média nacional que possuía taxas de 1,6% e 1,2%, nas duas décadas citadas. A diminuição das taxas de crescimento deve-se às mudanças no panorama demográfico do país como um todo.

A Região Ampliada do AP de Goiânia faz limite com as Regiões Ampliadas dos APs de Belém (PA), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Cuiabá (MT) e Brasília (DF), mantendo conexões em uma ampla área do país em virtude das vantagens provenientes de sua localização territorial central. Além das cidades de Goiás, outras 146 cidades de mais seis estados compõem a Região Ampliada. Seu Núcleo, o AP de Goiânia, exerce forte influência em cidades não só em Goiás como nos estados de Tocantins e Mato Grosso, assim como no Pará, Maranhão e Minas Gerais. O estado de Goiás contribui ainda com 28 cidades que são polarizadas pelas Regiões Ampliadas dos AP de Brasília (DF) e AP de São Paulo (SP), 25 e 3, respectivamente.

“Goiás passou, por alterações significativas em seu território, com a criação do Distrito Federal e, posteriormente, com a criação do Tocantins. O Estado  vem crescendo ao longo da metade final do século XX e nas duas décadas de XXI de forma expressiva, tanto em termos de tamanho populacional, ritmo de crescimento e grau de urbanização, como na estrutura de sua rede urbana, com consequências importantes nos processos de articulação urbano-regional em curso”, conclui o IBGE.