Emerson, presidente da FAJE-GO: “Poucos empresários conseguem [obter financiamento]. Os recursos acabam chegando a quem menos precisa.”
O fórum é composto pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços (Acieg Jovem), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Jovem), Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg Jovem) e Federação das Associações dos Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás Jovem (Faje-GO). O documento foi assinado por Ricardo Santos, da Fieg Jovem; Gabriela Moreira, da CDL Jovem; Thais Santos, Fieg Jovem; e Emerson Tokarski, presidente do Faje-GO.
Segundo Tokarski, no início da quarentena o governo estadual anunciou uma linha de crédito no valor de R$ 500 milhões para médios, pequenos e micro empresas, que tiveram faturamento atingido devido à quarentena. Porém, na prática, de acordo com ele, os empresários não têm conseguido acessar essas linhas. “Estamos aguardando respostas efetivas [do governo]. O empresário precisa de recursos para fazer a máquina girar”, diz. O presidente da Faje explica que a obtenção de recursos junto à Goiás Fomento trava devido à burocracia e excesso de exigências. “Poucos empresários conseguem [obter financiamento]. Os recursos acabam chegando a quem menos precisa. Os pequenos sofrem muito com as questões das garantias e exigência de credores”, explica.
Por isso, as entidades que representam os jovens empresários solicitam que o governo explicite os valores realmente disponíveis para micro, pequenos e médios empresários; diminua ou elimine garantias para valores acima de R$ 50 mil; amplie o crédito a R$ 200 mil; permita a liberação de crédito para aqueles que tenham alguma restrição, mediante garantia por fiador; e que disponibilize acesso rápido e ágil ao crédito para micro e pequenas empresas.
No ofício, além das questões relativas às linhas de crédito da Goiás Fomento, as entidades empresariais solicitam a desoneração da carga tributária, o parcelamento ou postergação dos pagamentos de ICMS e do Protege (fundo que banca ações sociais do governo por meio de impostos) e o parcelamento de débitos para contas comerciais junto à Saneago, bem como atuação junto à Enel com o mesmo objetivo. “O ofício não é de oposição, é propositivo. Propomos soluções. O que a gente viu, até agora, foram medidas do governo federal. Em que o governo estadual está apoiando?”, questiona. Nesse sentido, as entidades solicitam uma série de informações sobre o combate à Covid-19.
A Fieg Jovem, Acieg Jovem, CDL Jovem e a Faje-GO querem saber o número de máscaras que serão disponibilizadas para a população, pedem aumento nas campanhas de conscientização de hábitos saudáveis (como o incentivo ao uso do álcool em gel e higienização das mãos) e a fiscalização de estabelecimentos que estejam em funcionamento. “Apoiamos a quarentena, mas queremos saber como o Estado está se equipando. Senão esse esforço não terá valido nada”, afirma Tokarski.
Procurado pelo EMPREENDER EM GOIÁS, o presidente da Goiás Fomento, Rivael Aguiar, explica que seguindo orientação do governador Ronaldo Caiado a agência promoveu desburocratização dos processos, facilitando o acesso às linhas de crédito. Entre as medidas estão o fato de a Agência não estar mais exigindo a taxa de alvará de 2020, só de 2019. Também não está mais exigindo a licença ambiental nem questionário socioambiental para empréstimos até R$ 100 mil. Esclareceu ainda que as exigências de certidões, garantias e SPC-Serasa para concessão de crédito obedecem às normas do Banco Central. Segundo ele, a Goiás Fomento também solicitou junto ao Banco do Brasil autorização para operar a linha de crédito do FCO para capital de giro, com juros de 2,5% ao ano e carência até dezembro de 2020.