Pela primeira vez se tem uma estimativa mais próxima sobre o custo Brasil: R$ 1,5 trilhão por ano, o que representa 22% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Esta estimativa foi realizada pelo governo federal em parceria com o setor privado, a partir de um conjunto de diagnóstico realizado nos últimos quatro meses. O […]
Pela primeira vez se tem uma estimativa mais próxima sobre o custo Brasil: R$ 1,5 trilhão por ano, o que representa 22% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Esta estimativa foi realizada pelo governo federal em parceria com o setor privado, a partir de um conjunto de diagnóstico realizado nos últimos quatro meses. O chamado custo Brasil descreve o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem e comprometem novos investimentos e pioram o ambiente de negócios no País.
O estudo analisou os principais entraves à competitividade do setor produtivo brasileiro, tendo como referência o ciclo de vida das empresas. Foram elencados indicadores nas 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial. O diagnóstico apresenta uma comparação do custo de se produzir no Brasil em comparação à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O mapeamento realizado estimou o peso relativo entre os distintos elementos identificados. Essas estimativas buscam se aproximar do custo real enfrentado pelas empresas, avaliando qual seria a redução para elas caso tivéssemos hoje o nível médio da OCDE em todos os 12 temas em análise:
1. Abrir um negócio
2. Financiar o negócio
3. Empregar capital humano
4. Dispor da infraestrutura
5. Acessar insumos básicos
6. Atuar em ambiente jurídico e regulatório eficaz
7. Integrar com cadeias produtivas globais
8. Honrar tributos
9. Acessar serviços públicos
10. Reinventar o negócio
11. Competir e ser desafiado de forma justa
12. Retomar ou encerrar o negócio
Para cada um dos indicadores analisados, partiu-se da lacuna existente entre a posição brasileira – mapeada por diversos estudos oficiais e a média de produtividade da OCDE. É uma estimativa abrangente, para a economia como um todo, que se aproxima bastante do custo real enfrentado pelas empresas.
Em oferta de capital, por exemplo, os países da OCDE dispõem de 63% mais crédito do que o Brasil (fonte: Banco Mundial);
Em relação aos encargos trabalhistas, comparadas com os países da OCDE, as empresas brasileiras gastam 11,4 pontos percentuais a mais dos seus custos totais com empregados em encargos (fonte: OCDE);
Em relação à carga tributária, identificou-se que empresas da OCDE dedicam, em média, 38% menos de seus lucros para pagar impostos do que empresas brasileiras (fonte:Banco Mundial);
Em relação à complexidade tributária, países da OCDE gastam 89% menos tempo que o Brasil para preparar seus impostos (Fonte: Doing Business/Banco Mundial).
O governo também lançou um programa que tem como principais objetivos reduzir o custo Brasil e executar uma nova metodologia de análise e governança para avaliar e dar prioridade a propostas com maiores chances de melhorar o ambiente de negócios e a competitividade brasileira.
“Em primeiro lugar, vamos evidenciar o problema e medir os componentes e as raízes de cada deficiência do nosso país que causam a perda de competitividade para as empresas. Não é apenas um diagnóstico. Saberemos qual o impacto, no custo Brasil, de cada medida, proposta ou sugestão apresentada, com as mudanças legais ou infra legais necessárias para que isso seja debatido, medido e priorizado”, explicou o titular da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos Da Costa.