quinta-feira, 25 de abril de 2024
Missfiori: da feira à produção de 3 mil peças por mês

Missfiori: da feira à produção de 3 mil peças por mês

A Missfiori foi criada há dez anos, quando foi necessário batizar o primeiro lote de vestidos que seriam comercializados em uma barraca alugada na Feira da Lua, na Praça Tamandaré, em Goiânia. O primeiro dia de vendas rendeu apenas R$ 225 – o equivalente a cinco peças – e ainda era preciso pagar a locação […]

21 de novembro de 2019

Silvone e Mário Flamino comandam a Missfiori , que produz 2,4 mil peças por mês

A Missfiori foi criada há dez anos, quando foi necessário batizar o primeiro lote de vestidos que seriam comercializados em uma barraca alugada na Feira da Lua, na Praça Tamandaré, em Goiânia. O primeiro dia de vendas rendeu apenas R$ 225 – o equivalente a cinco peças – e ainda era preciso pagar a locação do ponto. Uma década depois, a Missfiori produz em média 2,4 mil peças/mês – a meta é chegar a 3 mil até junho de 2020 –, a maioria adquirida por consumidores de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e estados da região Norte, além de clientes em outros países. Com fábrica em Goiânia, quatro pontos de venda próprios e 28 funcionários, a marca fará investimentos de R$ 330 mil, com recursos do BNDES e da Goiás Fomento, para ampliar seu portfólio e sua área de atuação.

“Vamos fazer novos investimentos a curto prazo para crescer de forma sadia. O crescimento de uma empresa precisa se dar de forma muito segura. Quem ‘quebrou’ alguma vez tem que agir de forma consciente e lúcida. Quebrar nada mais é do que a parte depressiva da roda-gigante que há no mundo dos negócios”, argumenta a empresária goiana Silvone Flamino, natural de Jataí – a 310 quilômetros da Capital, no Sudoeste do Estado.

Decidida a montar um escritório que desenvolveria coleções para marcas goianas, Silvone pediu demissão de uma confecção em Jataí, onde trabalhou com carteira assinada desde 1987, e veio com a família para Goiânia. “Queria muito empreender”, conta. Começou a colecionar êxitos e tão logo abriu as portas da empresa. Tinha uma boa carteira de clientes, rendimentos que garantiam muito conforto aos filhos e fazia viagens periódicas à Europa custeadas pelos assessorados para fazer pesquisa de tendências.

“Desconhecíamos o que era inadimplência, nossos clientes pagavam de imediato”, lembra Silvone. A Estrutura, como a empresa era chamada, chegou a ter 65 funcionários. “Lidávamos com os melhores fornecedores e com grandes marcas do país”, acrescenta. Foi quando veio a oportunidade de montar uma sociedade e ter também sua marca, a Beladela. “Mas as marcas que atendíamos começaram a ver-nos como concorrente direta e foram dispensando os serviços da Estrutura. E não havíamos cogitado esta hipótese de ficar sem clientes no escritório”, lamenta.

O negócio degringolou duplamente, na Estrutura e com a marca Beladela. Dívidas batiam à porta e já não era possível nem contar mais com o mínimo exigido para o bom funcionamento de uma casa. Certeza, apenas uma: ainda que sem data específica, os compromissos financeiros seriam honrados, incluindo aí os acertos trabalhistas.

A agenda telefônica cheia de contatos rendeu uma nova oportunidade a Silvone, que passou a ligar para as confecções oferecendo mão de obra no sistema private label, ou em tradução literal, “etiqueta privada”, que é quando as empresas terceirizam 100% do processo produtivo (criação, modelagem, corte, montagem e acabamento das peças). A contratada, no caso Silvone, entregaria o produto nos padrões exigidos e com a etiqueta da confecção contratante.

Era o fôlego que a empresária precisava, embora a margem de lucro fosse pequena. E com um agravante: com o mercado sazonal da moda, em meses como dezembro, janeiro e fevereiro, as marcas não queriam produzir. Com novas dificuldades financeiras se avizinhando, uma amiga deu-lhe a ideia de ir para a Feira da Lua e ainda lhe forneceu os primeiros tecidos. “Nunca havia cogitado esta possibilidade. Mas não tinha sensação melhor do que quando ‘batíamos cabide’”, conta ela, usando a expressão que significa que o feirante vendeu toda a mercadoria.

Simultaneamente à banca na feira, veio a montagem de um showroom na garagem de casa para oferecer peças exclusivas às clientes e um atendimento personalizado. Foi quando Silvone chegou a faturar R$ 180 mil em apenas um mês ante os R$ 5 mil no começo desta nova fase. A montagem da primeira loja, então, foi um pulo. E hoje, além da Missfiori, Silvone ainda tem as marcas + Missfiori (moda plus) e Ammo Jeans (moda jovem) – todas voltadas ao público feminino.

A maior conquista da empresária, garante ela, é ter a família trabalhando ao seu lado. O marido Mário Flaminio atua na área financeira. Luiz Antônio (27), filho mais velho, é o braço direito dos pais. Victória (22), a do meio, cuida das vendas pela internet – a Missfiori tem apostado neste nicho e, desde março de 2019, montou um departamento específico. E o caçula, Leonardo (20), dedica-se mais à linha de produção.

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One thought on “Missfiori: da feira à produção de 3 mil peças por mês”

  1. Sarah disse:

    Conheço a Silvone a anos ,e a minha admiração a ela É constantes nte,mulher de garra e visão,uma inspiração a mulheres empreendedora a se tornarem empoderada,a ela toda a minha admiração. Sarah leite