sexta-feira, 26 de abril de 2024
Luta dentro e fora dos gramados

Luta dentro e fora dos gramados

As vozes dos gramados chegaram até as arquibancadas com um único e imponente pedido: Equal Pay. O discurso de atletas de renome no futebol internacional, como a brasileira Marta e a norte-americana Megan Rapinoe, por igualdade de pagamentos e condições de trabalho no futebol ganharam repercussão e deixaram um legado na batalha contra a discriminação […]

2 de novembro de 2019

As vozes dos gramados chegaram até as arquibancadas com um único e imponente pedido: Equal Pay. O discurso de atletas de renome no futebol internacional, como a brasileira Marta e a norte-americana Megan Rapinoe, por igualdade de pagamentos e condições de trabalho no futebol ganharam repercussão e deixaram um legado na batalha contra a discriminação de gênero. Marta, maior artilheira da história das Copas e seis vezes eleita melhor do mundo, e as atletas da seleção americana, campeãs mundiais por quatro vezes (algo que a equipe masculina dos Estados Unidos não conseguiu), ainda continuam ganhando bem menos que os homens.

O grande problema é que essa desigualdade escancarada no futebol também persiste em outros segmentos da sociedade, como o político e a empresarial. O levantamento da COO do Facebook, Sheryl Sandberg, publicado no livro Lean In: work and the will to lead em 2013, aponta que o número de mulheres na liderança, seja ocupando direções executivas ou em conselhos de administração, não passa de 16%. Na política, dos 190 chefes de Estado, apenas nove eram mulheres, além delas representarem apenas 13% dos integrantes dos Parlamentos.

As mulheres têm conquistado espaço, mas ainda de forma muito tímida. Outra pesquisa que revela como as mulheres ainda não são valorizadas foi publicada pela Grant Thornton publicada pela International Business Report (IBC). Apesar de 93% das empresas brasileiras pesquisadas pelo instituto responderem que têm pelo menos uma mulher atuando como líder, elas ocupavam apenas 25% dos cargos de liderança, abaixo dos 29% da média mundial.

E por que isso persiste em nossa sociedade? A cultura ocidental faz com que os meninos, desde a infância, sejam mais estimulados a assumirem desafios que as meninas, fazendo com que eles sejam, geralmente, mais audaciosos que elas. O gesto de craques no futebol feminino ao romper o silêncio é muito importante para que as mulheres possam ganhar espaço e reclamar por mais igualdade, algo que também deve ser seguido em qualquer outro segmento, como o empresarial.

Karina Duarte é especialista em Gestão Organizacional e Desenvolvimento Humano.

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