sexta-feira, 26 de abril de 2024
Cenário eleitoral faz dólar disparar para R$ 4,04

Cenário eleitoral faz dólar disparar para R$ 4,04

Em alta há cinco pregões, o dólar à vista subiu 2,13% na terça-feira (21) e superou a barreira dos R$ 4 pela primeira vez em dois anos e meio, fechando a R$ 4,04. Nas casas de câmbio, o dólar turismo fechou a R$ 4,17, com alta de 1,7%. A escalada da moeda foi alimentada pelas […]

22 de agosto de 2018

Em alta há cinco pregões, o dólar à vista subiu 2,13% na terça-feira (21) e superou a barreira dos R$ 4 pela primeira vez em dois anos e meio, fechando a R$ 4,04. Nas casas de câmbio, o dólar turismo fechou a R$ 4,17, com alta de 1,7%. A escalada da moeda foi alimentada pelas últimas pesquisas eleitorais, que mostram dificuldades do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) em avançar e reforçam a possibilidade de segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e um candidato do PT.

É a maior cotação desde fevereiro de 2016, quando os mercados repercutiam um rebaixamento do Brasil promovido na véspera pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, em meio à crise do governo Dilma Rousseff. Em outubro de 2002, às vésperas da campanha que elegeria Lula, o dólar também chegou a encostar nos R$ 4. Em valores atuais, porém, o dólar teria de ficar acima de R$ 7 para que os cenários fossem comparáveis.

Repercussão

“Isso era inevitável, dado o tamanho da incerteza que o Brasil tem pela frente hoje e pela má qualidade dos candidatos que se apresentaram”, diz a economista Monica de Bolle, diretora na Universidade Johns Hopkins. “O crescimento das intenções de voto em Lula aumenta as chances de que outro nome do PT esteja no segundo turno.”

Fernando Bergallo, diretor de Câmbio da FB Capital, disse que o importante para os investidores não é o candidato ou o partido, mas sim a agenda econômica que ele está propondo em seu plano de governo. “Uma política pró-mercado é basicamente uma política de austeridade fiscal, controle de gasto público, controle da inflação e pouco intervencionismo na economia”, afirmou.

Com a baixa intenção de voto nos candidatos considerados pró-mercado, em especial Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), os investidores ficam inseguros, deixam de investir na economia brasileira ou vendem as ações que tem na Bolsa de Valores. Isso significa menos dólar em circulação no país e mais real.

Os investidores já apostam em valores mais altos para a moeda americana no mercado futuro. O dólar para julho de 2019, por exemplo, era negociado com valores próximos de R$ 4,10 e, para janeiro de 2020, perto de R$ 4,20.

Bovespa 

Com as atenções dos investidores totalmente voltadas para o ambiente político interno e ignorando os ventos mais calmos vindos do exterior, o Ibovespa por pouco não fechou abaixo do patamar dos 75 mil pontos. O principal índice da Bolsa brasileira oscilou cerca de 1.400 pontos, chegou a registrar 74. 914,79 pontos na mínima intraday, para encerrar o pregão aos 75.180,40 pontos com perda de 1,50%. O giro financeiro chegou a R$ 11,1 bilhões.

Álvaro Bandeira sócio e economista-chefe da Modalmais avalia que Bolsonaro aparece com posição mais consolidada nas pesquisas divulgadas na segunda-feira (20) e a leitura é que quem pode estar com ele disputando o segundo turno é Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, vice na chapa petista e eventual candidato no caso da impugnação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ainda é cedo para falar isso, principalmente porque o horário eleitoral gratuito só começa no dia 31”, afirma.

A cautela que se viu no mercado acionário local também esteve pautada na divulgação do levantamento do Datafolha, encomendado pelo jornal Folha de S.Paulo e pela Rede Globo, que deve trazer um cenário com o nome de Lula e outro com o de Haddad. A pesquisa deve ser disponibilizada nas primeiras horas desta quarta-feira (22).

Para especialistas em renda variável, a pesquisa – mais parruda, com 8,3 mil entrevistados – deve confirmar as outras. No último levantamento do instituto, divulgado em 10 de junho, o candidato Bolsonaro liderava no cenário sem o líder petista, com 19%, seguido de Marina Silva, da Rede (14% a 15%), o pedetista Ciro Gomes (10% e 11%) e o tucano Geraldo Alckmin (7%).

Para os próximos pregões, Bandeira avalia que há um ponto de sustentação entre 75 mil e 74,9 mil. Para baixo disso, o Ibovespa pode buscar os 69 mil pontos. No entanto, ele diz não acreditar que a queda seja muito mais acentuada, uma vez que vai ficando muito mais barato para os investidores estrangeiros e isso ameniza a trajetória de queda. (Com agências)

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