terça-feira, 23 de abril de 2024
Ex-professora se realiza com pirulitos de cristal

Ex-professora se realiza com pirulitos de cristal

Lorena Barros decide mudar estilo de vida e inicia negócio próprio de produção de pirulitos de cristal. Hoje ensina outras mulheres a empreender em Goiás.

24 de julho de 2022

Lorena montou a MissLollipop em 2019 e agora ajuda outras mulheres a empreender

Lorena Barros se dividia profissionalmente até 2017 em salas de aula, como professora de artes e de história da arte na rede particular de ensino em Goiânia e em uma agência de publicidade. Foram quase duas décadas nesse ritmo, mas ela viu se acumularem o cansaço pela rotina pesada e a frustração.

“Cheguei num momento em que me senti estafada e, principalmente, frustrada em não conseguir exercer e imprimir o meu ‘criativo’ dentro da minha área de atuação, mesmo sabendo que a criatividade pode e deve ser usada até mesmo na resolução de problemas”, conta Lorena ao EMPREENDER EM GOIÁS. “No fundo, procurava algo que eu pudesse exercer no meu tempo, do meu jeito e sozinha”, frisa.

Formada em Artes Visuais pela UFG, Lorena nunca pensou em trabalhar com confeitaria e muito menos com os pirulitos de cristal. Conta que se via fotografando e pensava em migrar para essa área. Mas, foi apresentada aos pirulitos coloridos e festivos por uma amiga, que, por sua vez, tinha aprendido essa doce arte com uma norte-americana.

“Ela disse que iria me ensinar. Ela veio até a minha casa, trouxe os materiais e por dois dias me ensinou”, relata Lorena. Isso era início de 2017. Porém, a migração para o mundo empresarial só aconteceu no final de 2019, quando criou a marca Pirulitos MissLollipop. “Meus dois primeiros anos trabalhando somente com os pirulitos de cristal foram na pandemia. E não fiquei parada”, diz.

Produção artesanal

A produção é totalmente artesanal e semanal. Como não há loja física e as encomendas devem ser feitas com antecedência através do WhatsApp. O trabalho e contato podem ser vistos pelas redes sócias no Instagram. Por se tratar de um produto sensível, a MissLollipop prefere não enviar para outros Estados, apesar de já ter encaminhado até para o exterior. “Hoje prefiro indicar colega e alunas no estado ou região da cliente”, relata.

Segundo Lorena, a empresa gera empregos de forma indireta, pois oferece cursos on-line com conteúdo (gratuito e pago) para quem quiser aprimorar. “A MissLollipop já mudou a vida de muitas mulheres e contribuiu para mudar a renda mais de 2 mil pessoas”, comemora.

Antes mesmo de surgirem os pedidos para que ela compartilhasse o ofício, Lorena começou a pensar em ensinar outras mulheres a empreenderem. Ela conta que lê bastante principalmente sobre empreendedorismo e marketing. “Há muitos pedidos dentro de Goiânia e para outros Estados e regiões também. Sabia e sei até hoje que crescer é muito bom, mas dói e exige fazer escolhas. E cada um tem uma visão do que é sucesso”, analisa.

Sua prioridade sempre foi clara: a família. “Agora, que meu marido faleceu, preciso estar mais perto ainda dos meus filhos”, conta. “Desde o início, busquei algo que eu pudesse fazer em casa sem preocupação com folha de pagamento de funcionários, aluguel, seguro e manutenção de uma sala comercial”, cita.

Dar oportunidade

Quando ensina outras pessoas, principalmente mulheres, Lorena sente que “dá” a elas a mesma oportunidade que ela teve e tem de trabalhar em casa junto com a família. “E também de começar um negócio próprio, aumentar a renda familiar e atender um público que, por mais que eu queira, não consigo atender. Acredito muito na lei da semeadura! Só crescemos quando compartilhamos, não há perdas”, diz.

“Essa opção me proporcionou ter tempo para cuidar de mim, poder fechar a porta de casa e viajar sem a demasiada preocupação que uma loja física me traria e poder ajudar outras mulheres que, por escolha ou não, trabalham em casa”, frisa.

A quem quer empreender, Lorena deixa uma lição importante: “Todo mundo vê o resultado, mas não vê o percurso. Para todo trabalho, exige-se esforço, dedicação, treino, estudo, persistência. Arrisco a dizer, também uma dose de teimosia e o principal, fé! Vivemos cada vez mais num mundo dominado pelo medo. Medo de não dar certo, medo do que as pessoas vão dizer, medo de errar, de fracassar. E vamos vivendo a vida frustrados porque não tentamos, não arriscamos. Falhamos e não temos a paciência e serenidade com a vida para entender e processar na mente que os erros fazem parte do aprendizado. Resiliência é uma palavra muito bonita, mas ninguém quer passar por ela.”

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