Voar Aviation planeja operar com eVTLOs, “os carros voadores”

O sonho de sair circulando pelas cidades num carro voador é quase uma realidade e a empresa goiana Voar Aviation já está entrando neste mercado, com a expansão de sua forte atuação na área da aviação executiva. Está em fase de elaboração o projeto de construção de infraestrutura para as estações físicas, os vertiports, que darão suporte aos eVTOLs (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical), ou simplesmente VTOL (sigla para Vertical Take-Off anda Landing). Estes pontos terão apoio logístico para pouso e decolagem, áreas de manutenção e recarregamentos dos equipamentos. Aproveitando a experiência de mais de 35 anos no ramo da aviação geral e de manutenção de aeronaves, a Voar pretende atuar em todas as capitais brasileiras com infraestrutura para os eVTOLs além de disponibilizar os “carros voadores” para fretamento, cujos contratos de compra já estão fechados com fornecedores.

A CEO da Voar Aviation, Alessandra Abrão, disse que o mercado de carros voadores, também conhecidos como drones de passageiros, promete bastante no mundo inteiro devido à crescente necessidade de novos veículos para a mobilidade aérea urbana, além da agregação do item segurança total. A partir de 2026, esses equipamentos exercerão as atividades de táxi-aéreo de bairro a bairro nas grandes cidades. No ano passado, o banco norte-americano Morgan Stanley previu que este modelo de negócio poderá movimentar US$ 1 trilhão até 2040. No mundo, mais de 200 empresas, inclusive a brasileira Embraer, a Boeing e a Airbus, já estão começando a fabricar os drones de passageiros.

A Voar, fundada em Goiânia em 1986, por Pedro Abrão Júnior, e tendo Alessandra no comando desde 1996, atua em quatro frentes: oferece serviços de manutenção, hangaragem – atendimento, administração e gerenciamento de aviões –, assessoria na compra e venda de aeronaves, além de gerenciamento de receita nos períodos de ociosidade. Trabalha com fretamento de helicópteros, turboélices e jatos executivos de curto, médio e longo alcance e, desde 2021, também atua no transporte aeromédico, com UTI aérea homologada para transportar pacientes adultos e pediátricos. A empresa está entre as três maiores operadora de aviação executiva do Brasil (as outras são a TAM e a Líder) em número de aeronaves, com 18 unidades e 99 assentos disponíveis, num mercado extremamente competitivo, porém, essencial num país continental como o nosso. Para se ter uma ideia, enquanto a aviação comercial atende a uma média de 130 localidades, os táxi-aéreos interligam mais de 3.500, gerando uma média de 11 empregos diretos e 19 indiretos por aeronave.

Crescimento

Embora a pandemia tenha afetado todos os segmentos econômicos, em todo o mundo, a Voar Aviation tem muito a comemorar. No ano passado, concretizou sua entrada na região Sudeste, com a aquisição da Icon Aviation, uma das mais importantes empresas do setor. Com isso, a companhia que tinha presença forte no Centro-Oeste, com operações em Goiás e no Triangulo Mineiro – com quatro hangares em Goiânia e um em Uberlândia – passou a operar, também, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, com nada menos do que nove hangares distribuídos pelos aeroportos de Congonhas (4), Santos Dumont (2), Juscelino Kubitscheck (1), Pampulha (1) e Sorocaba (1). No próximo mês começará a atuar no Rio de Janeiro, e ainda este ano, vai ampliar suas atividades para o Nordeste brasileiro.

“A aquisição da Icon foi um marco importante na história da Voar uma vez que a região Sudeste concentra mais de 53% das operações de táxi-aéreos do País, o que amplia a nossa participação nesse mercado, garantindo caráter nacional e internacional à nossa operação”, afirma a CEO Alessandra Abrão. Assim, a Voar dobrou a sua capacidade de atendimento, ampliou a capilaridade com presença nos principais aeroportos, e expandiu a oferta de fretamentos tanto para helicópteros quanto para aeronaves de grande porte e aeromédicas.

De acordo com a executiva, nos primeiros meses de atuação, a Voar ampliou o perfil de clientes atendidos. Enquanto no Centro-Oeste o foco é o agronegócio, no Sudeste o movimento fica a cargo, principalmente, da indústria e dos segmentos financeiro e advocatício. Segundo Alessandra, o grupo ainda conta com uma base nos Estados Unidos, em Fort Lauderdale, na Flórida. “Assim podemos ser mais eficientes na logística de importação de peças de reposição para manutenção das aeronaves”, declara. “Enquanto a média do mercado é de 30 dias, nós passamos a solucionar o processo em apenas sete”. Com uma equipe de 600 funcionários, sendo 200 técnicos – entre engenheiros, inspetores, analistas de controle técnico e mecânicos –, a Voar integra o time de rede de serviços autorizados da Embraer. Seus hangares são utilizados também como apoio para demonstração de lançamentos de aeronaves para as grandes marcas da aviação.

A Voar Aviation, com sede em Goiânia no Aeroporto Santa Genoveva, foi a primeira empresa certificada para operação e manutenção de jatos executivos no Centro-Oeste. Desde 2004 é a companhia mais consolidada do País em número de atendimentos no setor, com 550 inspeções por ano. A resposta para o bom desempenho, segundo Alessandra, está na credibilidade da empresa, traduzida em qualidade, seriedade e agilidade nos serviços prestados e, acima de tudo, na preocupação com a segurança. “É um dos nossos principais pilares”, afirma a CEO. A empresa está em conformidade com todas as exigências legais do setor e possui Estágio II do International Standard for Business Aircraft Operations (IS.BAO), certificação que atesta as melhores práticas e a excelência dos padrões de qualidade e segurança operacional das suas operações. Foi por conta desse perfil que, em 2011, a Voar entrou para a rede de serviços autorizados da Embraer e, pouco tempo depois, tornou-se o único centro de serviços homologado para aeronaves TBM, da Daher.