sexta-feira, 19 de abril de 2024
De mal a pior: Concebra tem prejuízo de R$ 76 milhões

De mal a pior: Concebra tem prejuízo de R$ 76 milhões

Concessionária passa por dificuldades financeiras desde 2017 e, há dois anos, praticamente não faz investimentos nas rodovias federais que cortam Goiás.

31 de março de 2022

Concessionária passa por dificuldades financeiras desde 2017 e, há dois anos, praticamente não faz investimentos nas rodovias federais que cortam Goiás.

A concessionária Concebra divulgou ter sofrido prejuízo de R$ 76,3 milhões no ano passado, principalmente com a redução de 14,4% da sua receita líquida, para R$ 239,5 milhões. A empresa, com sede em Goiânia, é da Triunfo Participações e tem a concessão de 1,1 mil quilômetros nas BRs 060, 153 e 262 entre Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Deste trecho, 630 quilômetros são do Distrito Federal até a divisa de Minas Gerais com São Paulo, que tem sofrido com a falta de investimentos em manutenção.

A empresa afirma que suas dificuldades começaram em 2016. Naquele ano, o BNDES aprovou o financiamento de R$ 3,6 bilhões, com carência até o final do ano de investimentos (previsto em 5 anos) e prazo de amortização de 20 anos. Mas, alega que o governo mudou as regras do jogo e indeferiu o empréstimo, levando a concessionária à inadimplência no mercado.

“A Concebra foi obrigada a arcar com parte considerável dos investimentos, em montante muito superior ao inicialmente previsto, desconfigurando e tornando inviáveis as obrigações assumidas pela concessionária”, afirma a empresa.

Piora
A situação piorou ainda mais em 2020. Sem os investimentos prometidos nas rodovias, a ANTT aplicou em junho uma redução de 37,3% nas tarifas de pedágio da Concebra, que então decidiu suspender todos os investimentos.

Para completar, o fluxo de veículos nos trechos pedagiados caiu consideravelmente com a pandemia da Covid-19. No ano passado registrou a cobrança de pedágio de 93,5 mil veículos, sendo 72% caminhões e ônibus. É um movimento 9% menor que o registrado em 2020, que já foi de forte queda por conta da pandemia.

Ou seja: o caixa da concessionária sofreu forte baque. “Esses fatos indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da companhia”, avalia auditoria no balanço da Concebra.

Em 2021, a empresa pediu para devolver a concessão das BRs ao governo federal. O acordo foi fechado e o governo tem até fevereiro de 2024 para relicitar e passar o controle das rodovias federais para outra concessionária. Até lá, com a Concebra no vermelho, motoristas não podem esperar muito por melhor estado das rodovias federais que ligam a região central de Goiás ao Sul do País.

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