A Caramuru Alimentos registrou lucro líquido de R$ 353,9 milhões em 2021, um aumento de 59,5% sobre o resultado de 2020, recorde na empresa goiana. O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado somou R$ 577 milhões no ano passado, alta de 40,5% na mesma comparação. O resultado foi conquistado, principalmente, com melhores preços e margens dos óleos vegetais e farelos.
“A Caramuru Alimentos obteve em 2021 os melhores resultados financeiros e operacionais de seus 58 anos de história, atingindo números satisfatórios em rentabilidade, originação de grãos, processamento, exportações e faturamento”, disse o CEO da empresa Júlio César da Costa.
Com cinco unidades industriais no País – três em Goiás, uma no Paraná e outra em Mato Grosso -, atuando também em biodiesel e na logística de produtos do complexo soja e com investimentos em portos, ferrovias e hidrovias, a empresa informou também que obteve receita recorde de R$ 7,6 bilhões no ano passado, com alta de 25,1% sobre o exercício anterior, devido a esforços de agregação de valor ao portfólio, investimentos em inovação e melhores preços dos derivados de soja no mercado internacional.
Envididamento baixo
Em 2021, a Caramuru registrou ainda um dos menores índices de endividamento líquido dos últimos dez anos. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda Ajustado foi de 2,3 vezes ao final do quarto trimestre, contra 3,1 vezes no ano anterior. No âmbito do programa de reestruturação do endividamento, a companhia realizou duas operações de CRA no mercado local, totalizando aproximadamente R$ 555 milhões em captação de novos recursos.
A empresa concentra suas atividades em soja e seus derivados (farelo e óleo) e produz biodiesel a partir da oleaginosa. Ela originou quase 2 milhões de toneladas do grão no país em 2021, cerca de 30% convencional (não-transgênico). Costa lembrou que a empresa exporta apenas uma pequena quantidade de soja em grão. O farelo não-transgênico processado é 100% exportado, grande parte para a Europa, e o óleo é majoritariamente vendido no mercado doméstico.
Em 2021, destacou o CEO, foi deflagrado um plano de R$ 250 milhões para ampliar a produção de farelo de alta qualidade na unidade de Itumbiara, que será concluído em 2023. Uma nova planta de lecitina produzida a partir do melaço de soja entrou em operação no complexo de Sorriso (MT) em julho do ano passado, e está em fase final o projeto para produção de etanol de melaço de soja também no polo mato-grossense.
Nesse contexto de crescimento com alavancagem mais baixa, a Caramuru continua a esperar um período mais tranquilo para fazer seu IPO na B3, um passo considerado importante que foi adiado pelas condições adversas do mercado.