O Copom dá continuidade a um ciclo de altas que se iniciou há um ano para combater a inflação no País, que fechou fevereiro em 10,54% no acumulado de 12 meses.
O Copom do Banco Central (BC) anunciou ontem (16/3) a alta de 1 ponto percentual na taxa básica de juros. Com isso, a Selic passa de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano. Foi o nono avanço consecutivo e é o maior patamar da taxa desde abril de 2017 (12,25%). Assim, o Copom dá continuidade a um ciclo de altas que se iniciou em março de 2021 para combater a inflação no País, que fechou fevereiro em 10,54% no acumulado de 12 meses.
Entretanto, a alta dos juros brasileiros ainda vai continuar nos próximos meses. O Copom indicou que deve elevar a taxa básica de juros em mais 1 ponto percentual na próxima reunião, marcada para 3 e 4 de maio, mas que pode rever o ritmo do aperto monetário caso necessário. Se a previsão for confirmada, a Selic chegará a 12,75% ao ano.
O BC justificou a nova alta de ontem como reflexo das incertezas em torno do cenário econômico mundial com a guerra na Ucrânia. A Selic é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA.
O aumento do juro básico reflete em taxas bancárias mais elevadas e o encarecimento do crédito, além de influenciar negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.
Nos EUA também
O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, também elevou a taxa de juros no país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano. Foi a primeira alta de juros no país desde 2018. A medida marca o início do ciclo de alta de juros na maior economia para combater a inflação, que já chegou aos maiores níveis em 40 anos, principalmente por conta dos efeitos da pandemia.
Em declaração, o Fed citou a incerteza que a economia enfrenta com a guerra na Ucrânia e a crise de saúde, mas que “aumentos contínuos” na taxa de juros “serão adequados” para conter a inflação.