Nos últimos 12 meses a inflação (IPCA) acumula alta de 10,25% no País, o maior patamar desde fevereiro de 2016
O presidente Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), avalia ser “possível” que a inflação fique dentro da meta em 2022, de 3,5% (IPCA), no Brasil. Mas, desde que não aconteçam “outros choques” como ocorridos nos últimos 12 meses, quando a inflação acumula alta de 10,25% no País, o maior patamar desde fevereiro de 2016. Ele disse que o BC foi surpreendido por várias pressões inflacionárias consecutivos para a “mesma direção” de alta.
“Se você me perguntasse há dois anos, eu não esperaria que houvesse tantos números de choques sequenciais como tivemos“, falou o presidente do BC. De acordo com ele, o cenário que o Banco Central esperava anteriormente era um aumento do consumo de bens e diminuição na aquisição de serviços porque as “pessoas estavam em casa“. E, com a reabertura da economia, os preços dos bens voltariam a cair rapidamente, recuperando o equilíbrio. Ou seja, o efeito inflacionário seria temporário.
“Saímos dessa história para uma outra diferente. Pode ser que pode haver uma interrupção no fornecimento e isso pode estar aumentando um pouco a inflação de bens“, disse. Campos Neto falou que o fenômeno ainda não é compreendido, mas temporário –apesar de não conseguir mensurar a duração das pressões inflacionárias. “Parece que vai durar e acho que isso tem implicações para o Brasil e para a política monetária“, disse.