sexta-feira, 19 de abril de 2024
Efeito Covid-19: pobreza em Goiás bate recorde

Efeito Covid-19: pobreza em Goiás bate recorde

O levantamento é do economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre): o aumento de pobreza em Goiás bate novo recorde neste ano. Subiu de 18,1% em 2019 para 24% da população goiana em janeiro deste ano. Foi o terceiro Estado, entre as 27 unidades da federação brasileira, com […]

26 de agosto de 2021

O levantamento é do economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre): o aumento de pobreza em Goiás bate novo recorde neste ano. Subiu de 18,1% em 2019 para 24% da população goiana em janeiro deste ano. Foi o terceiro Estado, entre as 27 unidades da federação brasileira, com o maior crescimento da pobreza no País. No final do ano passado o IBGE já havia constatado que a pobreza em Goiás já tinha atingido nível recorde.

Os cálculos do economista da FGV foram feitos a partir de dados de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e da Pnad Covid 19, do IBGE. Além disso, consideram a classificação de pobreza do Banco Mundial, de renda per capita de até US$ 5,50 por dia, ou cerca de R$ 450 por mês, considerando a taxa de câmbio pela paridade do poder de compra.

Os três únicos Estados que não tiveram expansão da pobreza, tinham participação acima de 30% dos pobres na população geral: Acre (46,4%), Pará (45,9%) e Tocantins (35,7%). Como referência, a fatia de população pobre na média do Brasil como um todo passou de 25,2% no primeiro trimestre de 2019 para 29,5% em janeiro de 2021.

O aumento da pobreza em Goiás e em mais 23 unidades da federação é atribuído, principalmente, aos impactos econômicos causados pela pandemia da Covid-19, principalmente nos grandes centros urbanos. “As economias dos centros urbanos são muito focadas em serviços, como alimentação, alojamento e entretenimento, que foram mais atingidos pelas características desta crise”, diz o economista Duque.

Expectativas

Ainda que há expectativa de melhora nos indicadores deste ano, por causa da retomada do pagamento do auxílio emergencial a partir de abril e de início de reação do mercado de trabalho informal, a expectativa entre economistas é de que os níveis de pobreza se mantenham acima do verificado antes da pandemia.

Desde o início da pandemia, a dinâmica da pobreza está muito ligada à distribuição ou não de auxílio emergencial em cada período e qual o valor desse auxílio. Nos meses iniciais de pagamento do benefício, houve queda mais intensa da pobreza, já que os valores eram de R$ 600, mas chegavam a R$ 1.200 em alguns casos. No último trimestre de 2020, o valor do auxílio foi reduzido e depois não houve pagamento entre os meses de janeiro e março. A ajuda só foi retomada em abril e terá ao todo sete parcelas em 2021.

O trabalho da FGV mostra ainda que ocorreu expansão da parcela da população em pobreza extrema em 18 das 27 unidades da federação, considerando renda per capita de US$ 1,90 por dia (cerca de R$ 160 por mês, também pela paridade do poder de compra). No Brasil, a fatia dos brasileiros em pobreza extrema passou de 6,1% no primeiro trimestre de 2019 para 9,6% em janeiro de 2021.

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