quarta-feira, 24 de abril de 2024
Construir já ficou mais caro neste ano do que em 2020 inteiro

Construir já ficou mais caro neste ano do que em 2020 inteiro

O sonho do imóvel próprio ou de fazer aquela bela reforma em casa se transformou num pesadelo para o consumidor goiano. Em seis meses de 2021, o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil já acumula um aumento maior que todo o ano passado. O levantamento é do Sindicato da Indústria da Construção de Goiás […]

14 de julho de 2021

Nos últimos 12 meses, o preço do aço chegou a subir 150% em Goiás, conforme o Sinduscon

O sonho do imóvel próprio ou de fazer aquela bela reforma em casa se transformou num pesadelo para o consumidor goiano. Em seis meses de 2021, o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil já acumula um aumento maior que todo o ano passado. O levantamento é do Sindicato da Indústria da Construção de Goiás (Sinduscon-GO), que apurou uma elevação de 10,9% no índice entre janeiro e junho. Em 2020 inteiro, a alta foi de 8,2%. De acordo com o presidente da entidade, Cezar Mortari, a tendência é de que os preços sigam em alta até o final do ano, especialmente para o consumidor final.


Mortari explica que a indústria da construção consegue absorver parte dos reajustes da indústria de base, mas que, ainda assim, a tendência é que o consumidor sinta o impacto na hora de comprar um imóvel, seja novo ou usado. De acordo com ele, isso ocorre por causa do efeito cascata. “Quando o imóvel novo fica mais caro, o consumidor começa a procurar um usado, mantendo a tendência de alta”, diz.


Com a aceleração dos preços em 2021, o valor de referência do CUB em Goiás atingiu R$ 2.002,09 – em dezembro do no passado, o indicador havia fechado em R$ 1.804,63. De acordo com Mortari, esse movimento teve início entre junho e julho de 2020, quando as atividades econômicas tiveram a primeira flexibilização após a quarentena mais dura de março devido à pandemia de Covid-19. Mas ele se intensificou no segundo semestre. Assim, nos últimos 12 meses, o valor do CUB subiu 19,9%, passando de R$ 1.668,70 em junho de 2020 para os atuais R$ 2.002,09.

Vilão da construção
O maior vilão do CUB é o aço. Com o reaquecimento do mercado nos últimos 12 meses, o produto chegou a ter reajustes na ordem de 150% no período. A atividade acelerada no exterior também influenciou, pois não havia produto para importação – segundo o presidente do Sinduscon, 95% do aço consumido no Brasil tem produção interna. Para formar a tempestade perfeita do aumento de preço, o câmbio disparou.


Nos últimos meses, porém, a indústria da construção tem conseguido importar aço da Turquia, com valores cerca de 10% menores que o pago internamente, mesmo com as taxas que incidem no preço final. Outros materiais que têm tido forte elevação são os derivados de plástico e, em menor escala, o concreto.

Mesmo com essas elevações, Mortari acredita que o mercado imobiliário continuará aquecido até o fim do ano, com alguma dificuldade nas habitações do programa Casa Verde e Amarela, que substituiu o Minha Casa Minha Vida. Segundo ele, isso ocorre porque os juros básicos seguem baixos, sendo menos atrativos para o investidor de padrão intermediário ou alto. O Sinduscon estima que a valorização dos imóveis deve oscilar em torno de 20% em valores anualizados.


Varejo
O movimento que ocorre na indústria se repete no varejo. Ainda que, segundo a presidente do Sindicato do Comércio de Materiais de Construção de Goiás (Sindimaco), Irma Fernandes, ressalte que a alta nos preços esteja menos agressiva que no ano passado, ela ainda ocorre pontualmente. “Com a falta de produtos, entra a lei da oferta e da procura. Os preços subiram muito em todas as linhas de material de construção. Alguns mais, outros menos, mas todos subiram”, diz.


De acordo com o Sindimaco, os produtos que tiveram mais reajustes foram o grupo de ferragens, tubos e conexões, louça, tintas e pisos. Cimento, argamassa, areia e brita registraram altas mais moderadas. De acordo com tabela da entidade, o aumento médio este ano está na casa dos 38%, com o tijolo furado encabeçando a lista (47,5%). O cimento comum subiu, em média, 27,9%. “O repasse (ao consumidor) não é automático e nem no mesmo porcentual que vem da indústria, pois a maioria das lojas faz um preço médio de custo para amortizar os aumentos muito grandes”, afirma Irma.

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