terça-feira, 23 de abril de 2024
Disparam pedidos de recuperação judicial em Goiás

Disparam pedidos de recuperação judicial em Goiás

A pandemia da Covid-19, que já levou a óbito mais de 375 mil brasileiros, sendo quase 14 mil em Goiás, também está levando empresas goianas à falência ou a pedirem recuperação judicial. Levantamento do Tribunal de Justiça do Estado a pedido do EMPREENDER EM GOIÁS aponta que, no primeiro trimestre deste ano, já foram registrados […]

20 de abril de 2021

Franco de Velasco: “Temos um quadro perigoso para os pequenos e médios empresários”

A pandemia da Covid-19, que já levou a óbito mais de 375 mil brasileiros, sendo quase 14 mil em Goiás, também está levando empresas goianas à falência ou a pedirem recuperação judicial. Levantamento do Tribunal de Justiça do Estado a pedido do EMPREENDER EM GOIÁS aponta que, no primeiro trimestre deste ano, já foram registrados 56 pedidos de recuperação judicial, crescimento de 180% em relação a igual período do ano passado (20). Apenas em março último, foram contabilizados 34 pedidos de recuperação judicial, uma alta de 280% quando se compara com março de 2020, quando foram feitos apenas 9 pedidos.

Já o número de pedido de falências cresceu 41% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020: foram 17 solicitações ante 12. Quando considerados apenas os meses de março dos dois anos, o aumento é de 233%: foram 3 em 2020 e 10 este ano, conforme o Tribunal de Justiça.

O presidente da Comissão de Direito Empresarial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Franco De Velasco, avalia que a economia brasileira, bem como a goiana, está sendo muito afetada pela pandemia e ele não vê boas perspectivas para as empresas nos próximos meses, tendo-se em vista o atual quadro econômico.

“A economia brasileira é um barril de pólvora. Temos um quadro perigoso para os pequenos e médios empresários. A política fiscal é o grande desafio que vem se evidenciando nos últimos anos”, disse De Velasco. Além disso, ele cita que, na última década, o Brasil enfrentou três grandes crises. E ainda, há questões como a carga tributária muito desorganizada, sendo considerada a pior do mundo, os empreendedores que sofrem com a falta de gestão e com a burocracia estatal, e ainda tem o problema do câmbio, com as constantes desvalorizações do real, descontrolando as finanças empresariais. “Todos esses fatores levam as empresas à falência ou a recuperação judicial”, observa.

Mas o advogado Franco De Velasco, especialista em falências e recuperação judicial, sugere aos empresários que, em caso de dificuldades financeiras, busquem gerir bem seus ativos empresariais e também renegociem seus passivos. Estas são, segundo ele, as duas principais vertentes para que o empreendedor não venha pedir recuperação judicial ou falência. Ele lembra, também, outra saída que pode até parecer paradoxa mas que dá certo: aumentar o investimento na atividade, com a busca de investidores para renovar o mix de produtos, para inovar e até buscar novos mercados.

De acordo com o presidente da Comissão de Direito Empresarial da OAB-GO, a falência precisa ser desmistificada no Brasil. O pedido de falência, observa, serve para o empresário organizar sua atividade e permitir que ele volte a empreender logo após o encerramento do processo judicial. “A falência não é tão ruim quanto avaliam o mercado e as pessoas”, salienta.

O portal EMPREENDER EM GOIÁS tem como principal objetivo incentivar, apoiar e divulgar os empreendedores goianos com conteúdos, análises, pesquisas, serviços e oportunidades de negócios.

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