quarta-feira, 24 de abril de 2024
Lojistas goianos já se preocupam com o 14 de abril

Lojistas goianos já se preocupam com o 14 de abril

Começa amanhã (31/03) a reabertura das atividades econômicas em Goiás para os próximos 14 dias, de acordo com o que determina o decreto do governo do Estado, na maioria dos municípios goianos. Os empresários comemoram, mas já demonstram preocupação com o que poderá acontecer daqui a duas semanas. Ou seja: temem que o governo obrigue […]

30 de março de 2021

Rubens Filetti, presidente da Acieg: “Abrir e fechar a cada 14 dias não é o melhor modelo”

Começa amanhã (31/03) a reabertura das atividades econômicas em Goiás para os próximos 14 dias, de acordo com o que determina o decreto do governo do Estado, na maioria dos municípios goianos. Os empresários comemoram, mas já demonstram preocupação com o que poderá acontecer daqui a duas semanas. Ou seja: temem que o governo obrigue o fechamento das empresas novamente a partir de 14 de abril. As lideranças empresariais, ouvidas pelo EMPREENDER EM GOIÁS, criticam este modelo de isolamento social e afirmam que milhares de negócios já encerraram suas atividades em definitivo desde o ano passado em Goiás e a grande maioria das micro e pequenos empresas não tem mais condições de permanecer longos períodos fechada, arcando com todos os custos, inclusive com a folha salarial.


“Estamos todos cientes da obrigatoriedade de cumprirmos as regras do decreto a partir desta quarta-feira, com alguns segmentos começando a funcionar mais tarde, outros com horário mais reduzido. Mas estamos ansiosos, não apenas por conta dos próximos 14 dias, mas principalmente após este período”, afirma o presidente da Acieg, Rubens Filetti. “Acredito que, passados os próximos 14 dias, vamos ter condições de começar uma nova fase, não de um novo fechamento das empresas por mais duas semanas, mas talvez de escalonamento por regiões ou por atividades”, frisa.


O presidente da Acieg avalia que a retomada das atividades não será suficiente para as empresas recuperarem os prejuízos que sofreram por 30 dias de atividades paralisadas em Goiás. “Isso demandará pelo menos seis meses. É um cenário muito diferente da primeira onda. As pessoas, os consumidores, estão agora com muito mais medo. Isso reduz o consumo e impacta toda a economia. Estamos enfrentando também outro grande problema que é a falta de insumos, como matéria-prima e embalagens, e até mesmo de mercadorias. Isto gera aumento de custos e preços, que vão chegar para o consumidor, impactando ainda mais as vendas”, frisa Filetti.

Seis meses
“Acreditamos que nesta semana o movimento será pequeno, até mesmo por conta do feriado, e na semana que vem teremos crescimento de 10% a 15% no fluxo dos consumidores e das vendas nas lojas. Assim, o comércio vai retomando sua normalidade gradualmente. Mas, esta retomada não vai suprir os prejuízos da paralisação de 30 dias e, muito menos, os quatro meses que ficamos fechados no ano passado. Avaliamos que vamos precisar de pelo menos seis meses para voltarmos completamente à normalidade no fluxo de consumidores e das vendas, com o retorno dos lojistas que fecharam seus negócios e dos empregos perdidos desde o ano passado”, afirma Lauro Naves, presidente da Associação da Região da 44.

Naves afirma que o polo econômico da Região da 44, em Goiânia, perdeu no ano passado mais de 2 mil lojas e 20 mil empregos diretos. “Isso é mais que a população da metade dos municípios goianos. Em 2021, o cenário está ainda pior. Só nestes 30 dias de lojas fechadas no mês de março, perdemos cerca de 500 lojas e 1.500 empregos. Comparado a 2020, este março perdemos 150 lojas a mais que no mesmo mês do ano passado, quando tivemos o primeiro lockdown”, diz.

Cena em no polo da 44 antes da pandemia, que já causou o fechamento de mais de 2 mil lojas só na região


“Quatorze dias com o comércio aberto, para depois fechar novamente, não será suficiente para cobrir os prejuízos. Para isso, vamos precisar de um tempo muito maior de lojas abertas. Portanto, se tivermos de fechar novamente por mais 14 dias daqui a duas semanas, não será bom para as empresas, não será bom para os trabalhadores, nem para a economia de Goiás como um todo”, diz o presidente do Sindilojas-GO, Eduardo Gomes dos Santos. Ele lembra que, segundo dados da CNC, o comércio varejista perdeu 3,5 mil lojas no ano passado em Goiás. Isso representou o fim de 25,7 mil empregos somente neste segmento.

Modelo ideal
Os empresários defendem que, encerrado este período de 14 dias de abertura das atividades econômicas, seja implantado um modelo similar ao escalonamento realizado pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia. “A melhor estratégia é a que chegou ser alinhada no sábado passado com a Prefeitura de Goiânia, com escalonamento por zonas. A nossa preocupação, repito, se dá a partir de 14 de abril. Essa paralisação por 14 dias com abertura por 14 dias é muito complexa, gera elevado custo para as empresas. A economia é uma engrenagem, se um elo falha, como o do varejo, toda a cadeia sente”, afirma Rubens Filetti.

“O melhor modelo não é o 14 por 14. Nenhum varejista aprova este método. O ideal é mantermos o funcionamento da economia. Já estamos saturados, no limite da capacidade financeira de manter os negócios ainda vivos. Claro, todos nós temos a preocupação com a saúde, mas também temos preocupação com a sobrevivência das empresas e os trabalhadores com a manutenção dos seus empregos”, enfatiza o presidente do Sindilojas-GO.

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