sábado, 20 de abril de 2024
Ademi: vendas de imóveis em Goiânia crescem 21%

Ademi: vendas de imóveis em Goiânia crescem 21%

As vendas do mercado imobiliário de Goiânia cresceram 21,4% no ano passado, acumulando quatro anos consecutivos de aumento. Foram 8.238 imóveis comercializados, contra 6.784 em 2019. Também houve aumento na quantidade de lançamentos de imóveis, que cresceu 17% em 2020, ano que contabiliza 7.387 imóveis lançados. Este é considerado o maior volume de lançamentos desde […]

3 de março de 2021

As vendas do mercado imobiliário de Goiânia cresceram 21,4% no ano passado, acumulando quatro anos consecutivos de aumento. Foram 8.238 imóveis comercializados, contra 6.784 em 2019. Também houve aumento na quantidade de lançamentos de imóveis, que cresceu 17% em 2020, ano que contabiliza 7.387 imóveis lançados. Este é considerado o maior volume de lançamentos desde 2013. Como as vendas foram maiores do que a quantidade lançada, o mercado registrou redução de 9% na oferta. Os números foram divulgados hoje (03/03) pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).

Um dos motivos atribuídos ao aumento das vendas está relacionado à queda nas taxas de juros dos financiamentos imobiliários. “Estamos no menor patamar de taxa de juros da história do país. A queda reduz significativamente o valor das parcelas dos imóveis, o que aumenta a demanda, uma vez que mais pessoas tem condição de comprar imóvel”, explica o presidente da Ademi-GO, Fernando Razuk. Outro fator que contribuiu para o aumento nas vendas de imóveis foi o fato das pessoas estarem mais tempo dentro de casa na pandemia. “Com a pandemia, as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e perceberam a necessidade de comprar imóvel maior ou mais atualizado para oferecer mais conforto para a família”, diz.

Razuk avalia que 2020 foi um ano positivo para o mercado, apesar de grandes desafios enfrentados, como o caos vivido nos meses de abril e maio, com quedas nas vendas praticamente a zero frente à insegurança dos consumidores com a pandemia, que adiaram a decisão de compra, e também em função dos decretos do governo do Estado, que fecharam os stands de vendas, imobiliárias e paralisaram as obras. “O fechamento dos estandes de vendas, de imobiliárias e a paralisação das obras em função de decretos do governo do Estado também prejudicaram muito os negócios desse mercado. Porém, em junho, o ritmo de venda se recuperou de forma intensa e as incorporadoras retomaram os lançamentos, que foram muito bem sucedidos”, compara.

No segundo semestre, um outro grande desafio impactou o mercado imobiliário: o fornecimento de materiais para as construções. Os custos dos itens utilizados nas obras dispararam e muitos fornecedores não estavam tendo disponibilidade de produtos para atender à demanda. “Indústrias de materiais tiveram redução na produção em função de decretos governamentais que exigiam sua paralisação. Essa dificuldade no recebimento de materiais tem impactado o andamento do cronograma das obras e também gerou uma disparada no preço dos materiais, que registrou uma alta significativa”, diz. O aumento no custo dos materiais também se deu à variação do câmbio: produtos que são commodities, como aço, tiveram reajuste considerável em reflexo à alta do dólar, de 14,5% em setembro último e continuaram subindo.

“Os empreendedores deverão controlar muito bem seus custos. As compras de materiais deverão ser programadas com maior antecedência para que a falta de insumos não prejudique o cronograma de obras”, alerta Razuk. Outro alerta: empreendedores de baixa renda terão desafio ainda maior, uma vez que o programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida) define o preço máximo de venda dos imóveis enquanto o custo de construção aumentou significativamente.

Para 2021, as perspectivas para o mercado imobiliário continuam boas, segundo a Ademi-GO, uma vez que os fatores que fizeram ocorrer o ‘boom’ nas vendas de 2020 devem permanecer. A expectativa é que os juros continuem em baixa e, consequentemente, as vendas devem se manter em alta. O crescimento de vendas esperado para 2021 é de 10%. Já o volume de lançamentos imobiliários deve crescer em relação a 2020, uma vez que os empresários estão enxergando boa perspectiva para o mercado e, já neste início de 2021, estão em andamento pelo menos seis lançamentos imobiliários em Goiânia.

Bairros valorizados
Os bairros mais valorizados de Goiânia são os setores Bueno, Marista e Oeste, onde o preço médio do metro quadrado está acima de R$ 6 mil/m2, o que justifica serem os locais mais desejados da capital. Outro setor entre os mais queridinhos é o Jardim Goiás, que não aparece na pesquisa por possuir uma oferta quase zero de imóveis novos. Um outro ponto identificado pela pesquisa foi o significativo número de lançamentos de apartamentos de 1 e 2 dormitórios em 2020. De acordo com o presidente da Ademi-GO, esta é uma tendência em todas as grandes cidades e, diante da taxa de juros baixa, esses modelos se destacam como excelente alternativa de investimento para locação, apresentando boa perspectiva de rentabilidade para investidores.

Construtoras querem ficar fora do lockdown

Com o novo decreto da Prefeitura de Goiânia, que determinou o fechamento parcial das atividades econômicas na capital, Ademi-GO busca interlocução para que a atividade tenha autorização de retomar as atividades no Estado, que está suspensa diante de decreto da Prefeitura de Goiânia. O pedido é que a indústria da construção seja considerada como de natureza essencial, conforme previsão do Decreto Federal nº. 10.342 de 07.05.2020, em razão do relevante interesse social envolto sobre tal atividade. O índice de contaminação nas obras é quase zero: 0,2% segundo pesquisa de fevereiro.

Reduzir a circulação na cidade é importante para o controle da pandemia. Hoje, a grande maioria dos trabalhadores das construções já possui condução própria, especialmente motos. Porém, como medida para minimizar a exposição dos profissionais, a Ademi-GO sugere que, ao invés da paralisação das obras, que a prefeitura avalie os riscos da atividade e sua importância social. As 245 empresas associadas ao Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Seconci-Goiás) possuem um total de 10.273 trabalhadores. Isso sem contabilizar os postos de trabalho gerados pelos demais empreendimentos, empregos indiretos e as famílias desses trabalhadores, que serão diretamente impactadas com o risco de desemprego caso esse quadro de suspensão dos serviços permaneça.

“Não podemos aceitar que as obras públicas sejam mantidas e as obras privadas não. As práticas de controle e cuidados com funcionários e parceiros das incorporadoras e construtoras são criteriosas, treinamentos, responsabilidade no transporte de colaboradores, entre outras ações, mantêm a integridade das equipes e os empregos de milhares de trabalhadores. É preciso que haja compreensão que determinados e cumprindo além do que é exigido”, afirma Razuk.

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