sábado, 20 de abril de 2024
Abertura de novas empresas despenca em Goiás

Abertura de novas empresas despenca em Goiás

A pandemia causada pelo coronavírus interrompeu a trajetória de crescimento no número de abertura de empresas em Goiás. Segundo dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), obtidos com exclusividade pelo EMPREENDER EM GOIÁS, no primeiro trimestre de 2020, houve crescimento de 5% nos registros, passando de 5.922 para 6.244, no comparativo com primeiro […]

10 de junho de 2020

A pandemia causada pelo coronavírus interrompeu a trajetória de crescimento no número de abertura de empresas em Goiás. Segundo dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), obtidos com exclusividade pelo EMPREENDER EM GOIÁS, no primeiro trimestre de 2020, houve crescimento de 5% nos registros, passando de 5.922 para 6.244, no comparativo com primeiro trimestre de 2019. Contudo, de abril a maio, a tendência se inverteu: a quantidade de novas empresas abertas no Estado foi 23% menor este ano que nos mesmos meses do ano passado (de 4.129 para 3.166).

Conforme os dados da Juceg, em todos os meses do primeiro trimestre o número de novas empresas foi maior que no ano passado: em janeiro, foram 199 a mais; em fevereiro, 15; e, em março, 108. O primeiro decreto de quarentena foi publicado no Diário Oficial no dia 13 de março (veja quadro). Logo em abril, a quantidade de registros na Junta Comercial despencou: foram, no mês, 756 a menos que no mesmo período de 2019. Em maio, a diferença foi de 207. No acumulado de janeiro a maio, Goiás abriu 641 empresas a menos em 2020.

Mesmo com a queda brusca nos dois últimos meses, o presidente da Juceg, Euclides Barbo, diz que os dados o surpreenderam positivamente. “Entendo que, em plena pandemia, a diminuição [na abertura de empresas] poderia ter sido maior. Isso demonstra que as pessoas continuam empreendendo”, avalia. De fato, mesmo com um ritmo de abertura menos intenso, o saldo entre a constituição e a extinção de empresas foi positivo até aqui, já que as extinções também recuaram. Até maio, foram abertas 9.410 empresas e fechadas 5.349 – portanto, um saldo de 4.061 empresas. Inclusive, em maio houve uma retomada de registros na Juceg, em relação a abril.

Euclides Barbo explica que pode estar ocorrendo um ajuste no mercado. “A maioria das novas empresas são aquelas que cuidam de outras empresas: consultorias jurídicas, tributárias e jurídicas, por exemplo”, diz. Outro segmento que teve movimento positivo, segundo o presidente da Juceg, foi o de cursos on-line. Se haverá uma retomada do mercado ou não, ainda é cedo dizer. “É preciso esperar, ao menos, a conclusão de mais um mês”, afirma. Porém, pelos dados disponíveis, é possível afirmar que a quarentena interrompeu, ao menos por enquanto, uma tendência de geração de novos empreendimentos. Segundo Euclides Borba, nos últimos cinco anos o crescimento foi, em média, de 10%. “Estávamos nos recuperando da última crise econômica”, lamenta.

Preocupação

Para o economista Júlio Paschoal, o menor número de empresas abertas reflete os efeitos da Covid-19. Para ele, preocupa, especialmente, o número de empresas que fecharam as portas: 1.830, principalmente em sete dos dez municípios que representam 66% do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás. “Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Luziânia, Itumbiara e Catalão foram responsáveis pelo fechamento de 86,5% do total”, cita.

Segundo a Juceg, só entre março e maio foram fechadas 1.064 empresas em Goiânia, 179 em Aparecida de Goiânia e 160 em Anápolis. O comércio varejista de vestuário e acessórios, de acordo com Júlio Paschoal, foi o mais atingido, com 17,4% do total de fechamentos. Em seguida, o comércio varejista em geral, com 13,6%; o comércio varejista de calçados, com 11,5%; e lanchonetes, casas de chás e similares, com 7,6%.

“A continuar propagando o novo coronavírus e aumentando o número de óbitos, novos fechamentos deverão ocorrer, como os experimentados por Rio Verde, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas e outros, o que tende a ampliar o número de encerramentos de atividades, com prejuízos para o nível de renda e empregos em Goiás”, alerta Júlio Paschoal.

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