terça-feira, 16 de abril de 2024
Covid-19: o catalisador da falência dos negócios despreparados

Covid-19: o catalisador da falência dos negócios despreparados

A crise causada pelo novo coronavírus colocou uma lente de aumento nos problemas das empresas – e é por isso que muitas delas vão deixar de existir. Embora muitos culpem a pandemia pelo fracasso, a verdade é que o vírus apenas acelerou mudanças que já eram necessárias e evidenciou problemas que, até então, poderiam ser […]

15 de maio de 2020

A crise causada pelo novo coronavírus colocou uma lente de aumento nos problemas das empresas – e é por isso que muitas delas vão deixar de existir. Embora muitos culpem a pandemia pelo fracasso, a verdade é que o vírus apenas acelerou mudanças que já eram necessárias e evidenciou problemas que, até então, poderiam ser resolvidos de forma amadora, mas que agora não podem mais.

Os negócios mais afetados serão aqueles que não estavam preparados para a transição para o mundo digital (o que vai muito além de ter um perfil nas redes sociais). São os negócios que não faziam atendimento em canais digitais, como chat no site, e-mail, WhatsApp e as próprias redes sociais.

Negócios com custos fixos altos, com sede física, que nem enxergavam o trabalho remoto como uma possibilidade e, por isso, nunca prepararam suas lideranças e seus funcionários para essa realidade. Negócios que não criaram novos canais de venda e entrega de produtos/serviços e por isso não conseguem vender no mesmo volume de outrora. E, principalmente, são negócios comandados por pessoas que não colocaram a inovação como foco da cultura empresarial, vivendo no lema de que as coisas sempre funcionaram assim e não tinham razão para ser diferentes.

A boa notícia é que é possível mudar. Passou da hora de entender que a grande inovação não é em produtos ou serviços, e sim na criação de novos modelos de negócios (como fizeram Uber e Nubank, por exemplo). Não dá mais para não colocar os clientes onde realmente devem estar: no centro de todas as decisões do negócio. A empatia não é uma das opções, e sim a única. Empresas que conseguirem investigar as necessidades e desejos dos clientes, usando a empatia, certamente sairão à frente.

Ainda, ficou evidente que a gestão financeira do negócio não pode ser subestimada. É necessário ter capital de reserva, boas margens e custos mais baixos ou o negócio não vai sobreviver. É hora de rever a necessidade de uma sede enorme e implementar o trabalho remoto de forma inteligente.

Os negócios também precisam se preparar para se conectar com os clientes de forma mais intensa, por meio da criação de conteúdo. A empresa pode se transformar em uma comunidade digital, não apenas com interesse de vender, mas também para entregar informações úteis, tirar dúvidas e se aproximar dos clientes em outro nível de interação, que os torna embaixadores da marca.

Por fim, é hora de criar uma cultura que estimule a criatividade, que aceite sugestões de todos na equipe e que abra espaço para erros e aprendizagem. Afinal, a busca constante pela inovação é a única forma de sobreviver ao futuro que já chegou.

Administradora, graduada pela UFG e PhD em Administração com foco em Empreendedorismo pela UNB, consultora e empreendedora.

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