terça-feira, 23 de abril de 2024
Indústria brasileira tem o maior tombo desde 2002

Indústria brasileira tem o maior tombo desde 2002

A produção industrial caiu 9,1% em março no Brasil, frente a fevereiro, o pior resultado para o mês de março desde 2002. Em relação ao mesmo período de 2019, a queda foi menos intensa, de 3,8%, mas o quinto resultado negativo seguido nessa comparação. Assim, o setor industrial acumula retração de 1,7% no ano e […]

5 de maio de 2020

A produção industrial caiu 9,1% em março no Brasil, frente a fevereiro, o pior resultado para o mês de março desde 2002. Em relação ao mesmo período de 2019, a queda foi menos intensa, de 3,8%, mas o quinto resultado negativo seguido nessa comparação. Assim, o setor industrial acumula retração de 1,7% no ano e de 1% em 12 meses, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (05/05) pelo IBGE.

O gerente da pesquisa, André Macedo, explica que esse resultado foi impactado pelas paralisações em diversas plantas industriais, fruto, especialmente, do movimento de isolamento social exigido para combater a Covid-19. “Esse impacto da pandemia fica evidenciado quando se compara com o mês de fevereiro, já que a taxa é fortemente negativa e representa a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. E não apenas pela magnitude da taxa, mas também pelo alargamento por diversas atividades, incluindo todas as quatro categorias econômicas e 23 das 26 atividades pesquisadas”, analisa Macedo.

A redução de 9,1% observada na passagem de fevereiro para março foi também a mais acentuada desde maio de 2018 (-11%) e levou o patamar de produção a retornar a nível próximo ao de agosto de 2003. “A atividade que teve o impacto negativo mais importante foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-28%). O principal produto afetado, em termos de comportamento negativo, foi o de automóveis, mas o segmento de caminhões também apresenta perdas, assim como o de autopeças. O movimento de quarentena fez com que muitas empresas interrompessem o seu processo de produção, seja concedendo férias coletivas ou paralisando as atividades por determinados períodos”, acrescenta Macedo.

Deve-se levar em conta ainda que o período de confinamento não atingiu todo o mês de março e variou de acordo com cada unidade da federação. Macedo explica que o impacto do isolamento social também atingiu os setores de forma diferente. O setor de alimentos apresentou uma queda de menor intensidade do que a verificada no segmento de veículos automotores.

“É um segmento que tem uma importância para a manutenção do consumo das famílias. E há até atividades com comportamento positivo, como perfumaria, produtos de limpeza e higiene pessoal, que também vão nessa esteira das necessidades básicas das famílias. Mas o que se verifica no conjunto do setor industrial é um comportamento negativo relevante e, mais do que isso, uma disseminação de resultados negativos por várias atividades”, resume Macedo.

No confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial mostrou recuo pelo quinto mês consecutivo e marcou a taxa negativa mais elevada dessa sequência. Vale citar que, mesmo com o efeito-calendário positivo, já que março de 2020 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (19), observa-se o predomínio de taxas negativas. Com isso, não só o total da indústria como também as quatro grandes categorias econômicas, no índice acumulado para o período janeiro-março de 2020, assinalaram taxas negativas.

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