quinta-feira, 25 de abril de 2024
Retração econômica no Centro-Oeste será menor, analisa o BC

Retração econômica no Centro-Oeste será menor, analisa o BC

A economia do Centro-Oeste começou 2020 com boas perspectivas de crescimento, tendo em vista as expectativas de volume recorde na produção de grãos. Entretanto, a disseminação da pandemia de Covid-19 elevou sobremaneira o nível de incertezas e afetará o desempenho da região. Considerando a maior participação do agronegócio e da estrutura industrial no Centro-Oeste, espera-se […]

30 de abril de 2020

A agricultura e a indústria de alimentação serão responsáveis pela menor retração da economia do Centro-Oeste

A economia do Centro-Oeste começou 2020 com boas perspectivas de crescimento, tendo em vista as expectativas de volume recorde na produção de grãos. Entretanto, a disseminação da pandemia de Covid-19 elevou sobremaneira o nível de incertezas e afetará o desempenho da região. Considerando a maior participação do agronegócio e da estrutura industrial no Centro-Oeste, espera-se uma contração mais moderada na região comparada com as demais no País. No entanto, a região já sente os efeitos da pandemia com maior intensidade nas atividades do comércio e no setor de serviços. Esta avaliação consta no Boletim Regional do Banco Central, divulgado hoje (30/04).

O Centro-Oeste cresceu 0,7% no trimestre terminado em fevereiro, em relação ao trimestre encerrado em novembro, mas os indicadores de demanda da região recuaram. A diminuição nas vendas do comércio refletiu em parte a antecipação de compras por conta das promoções de Black Friday em novembro. O volume de serviços também reduziu 0,5% por conta da retração no segmento de transporte, armazenamento e correios.

A implementação de restrições para o funcionamento de empresas em alguns setores da economia a partir de março reduziu a atividade econômica. O volume de pagamentos em transações efetuadas com cartão de débito diminuiu acentuadamente no período de 1º a 13 de abril, na comparação com igual período de março. Houve redução mais acentuada nas vendas dos segmentos de vestuário e calçados (queda de 73,3%), hotéis e restaurantes (68,5%), salões de beleza e outros serviços pessoais (62,8%). Também houve redução de 38,1% no emplacamento de veículos novos em março na comparação com fevereiro. Em sentido oposto, observou-se aumento de 19,2% nos pagamentos aos setores de supermercados e hipermercados.

O mercado de crédito no Centro-Oeste também seguia em expansão. A carteira de crédito na região cresceu 12,1% em fevereiro, impulsionada principalmente pela expansão nas modalidades de crédito livre (23,6%). Os empréstimos às famílias expandiram 14,3% e o saldo de crédito destinado às empresas cresceu 8,1% em fevereiro, ressaltando-se o aumento nos financiamentos à exportação e no capital de giro. Por atividade econômica, houve aumento no endividamento das empresas de agronegócio, comércio atacadista e transporte rodoviário de carga. Cabe ressaltar que os impactos iniciais da pandemia, a partir de março, sugerem maior demanda por crédito pelas empresas visando a liquidez e a manutenção de contratos. No sentido contrário, o crédito para as famílias deve desacelerar no trimestre iniciado em março.

Espera-se redução na produção industrial no País nos próximos meses, em função das medidas de restrição à circulação de pessoas e da queda no consumo. Entretanto, essa contração deverá ocorrer com menor intensidade no Centro-Oeste, na comparação com as demais regiões, considerando a concentração de 47% da indústria geral da região nos segmentos de alimentos e bebidas (20% nas demais regiões), segmentos que tendem a apresentar menor redução de demanda.

A produção de grãos na região Centro-Oeste deverá crescer 3,2% em 2020, atingindo colheita recorde de 115,1 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento na safra de soja. Na pecuária de corte, os abates de bovinos na região – que correspondem a 45,5% do total no País – retraíram 14,2% no primeiro bimestre, na comparação com igual período de 2019, segundo dados do Ministério da Agricultura; as exportações contraíram 6,3% em peso, mas cresceram 15,3% em valor. Os abates de suínos e os de aves permaneceram estáveis nessa base de comparação.

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