quinta-feira, 25 de abril de 2024
IBGE: indústria goiana é a segunda mais inovadora do Brasil

IBGE: indústria goiana é a segunda mais inovadora do Brasil

A indústria de transformação e extração goiana tem a segunda maior taxa de inovação do País. O dado consta da Pesquisa de Inovação – Pintec, divulgada nesta quinta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e cobre o triênio 2015/2016/2017. Nesse período, segundo o instituto, 1.411 empresas foram inovadoras, o que corresponde a […]

16 de abril de 2020

A indústria de transformação e extração goiana tem a segunda maior taxa de inovação do País. O dado consta da Pesquisa de Inovação – Pintec, divulgada nesta quinta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e cobre o triênio 2015/2016/2017. Nesse período, segundo o instituto, 1.411 empresas foram inovadoras, o que corresponde a 41,9% do total – índice abaixo apenas do Amazonas, com 46%. Com R$ 1,4 bilhão de investimento nessas áreas, somente em 2017, Goiás saltou 11 posições no ranking do triênio anterior à pesquisa (2012/2013/2014).

A Pintec revela um aumento de 10 pontos porcentuais no índice de empresas inovadoras em Goiás de um triênio para o outro. Dessa forma, o Estado ultrapassou Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará, Mato Grosso, Pernambuco, Espírito Santo e Ceará no ranking da inovação. O IBGE considera inovadoras as indústrias que investiram em equipamentos e máquinas, pesquisa e desenvolvimento (internos ou externos), projeto industrial, aquisição de softwares e treinamento de equipes.

Conforme a pesquisa, o maior investimento com inovação das empresas goianas, no triênio, foi em aquisição de novos equipamentos e máquinas. Esse dispêndio representou 62% do total no período, índice que é o dobro do nacional (31%). Em segundo o lugar em investimento pela indústria goiana vêm as atividades internas de pesquisa e desenvolvimento, com 20,7% do total – abaixo da média brasileira, que foi de 37,4%. A introdução das inovações tecnológicas no mercado surge em seguida na lista de gastos, com 7,1%.

O IBGE mostra, ainda, que o governo estadual teve uma atuação significativa para que a indústria goiana investisse em inovação. Quase metade das empresas (48,5%) teve apoio de programas estatais para inovar em 2017. Apenas o Amazonas teve uma participação governamental maior, com 57,9%. O índice goiano ficou bem acima dos demais Estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso (21,8%) e Mato Grosso do Sul (17%).

Por outro lado, 1.864 empresas goianas não investiram em inovação no período de 2015 a 2017, segundo a Pintec. Entre elas, 65,9% indicaram as condições de mercado como justificativa, enquanto 21,3% disseram que haviam feito inovações previamente. Apenas 12,8% apontaram outros fatores como impeditivos para a inovação, como custo elevado, escassez de fontes apropriadas de financiamento e riscos econômicos excessivos.

Presidente do Conselho de Desenvolvimento Tecnológico da Federação das Indústrias de Goiás (CDT/Fieg) e do Grupo Equiplex, Heribaldo Egídio diz que a pesquisa o surpreendeu, mas ressalta o trabalho que tem sido feito pela indústria goiana em parceria com centros de pesquisa. Ele cita a criação da Aliança Pela Inovação, que reúne 41 entidades do setor produtivo (como a Fieg, Fecomércio, Acieg), universidades e institutos, Sistema S e governo. “Esse trabalho conjunto começou há mais de cinco anos. Fizemos um plano de ações, promovemos a aproximação com a academia, organizamos missões externas, como visitas ao Vale do Silício e à Santa Catarina, que está bem à frente na questão de inovação tecnológica”, exemplifica. “Porém, me surpreendeu que os resultados chegassem tão rápido, achei que chegariam em médio ou longo prazo”, diz.

Heribaldo Egídio lembra que alguns setores da indústria goiana são altamente inovadores, como o farmacêutico, metal mecânico e o de alimentos, especialmente lácteos e da carne. “São empresas que cresceram muito em tecnologia e conquistaram representatividade nacional. Os polos de Anápolis, Goiânia, Aparecida de Goiânia e Catalão estão muito desenvolvidos, estão inseridos no conceito de indústria 4.0”, cita. O presidente do CDT/Fieg ressalta, ainda, a importância do setor público no desenvolvimento da indústria goiana. “O governo anterior colocou a Fapeg [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás] e a UEG [Universidade Estadual de Goiás] muito próximas do setor produtivo. O diálogo foi muito importante”, afirma.

Heribaldo Egídio diz que o governo atual ainda é muito recente, mas que o diálogo tem melhorado. Dessa forma, ele está otimista com o desempenho de Goiás no triênio corrente, que começou em 2018 e termina agora, em 2020, mesmo com a pandemia provocada pelo coronavírus. “Essa notícia [de que Goiás ficou em segundo em inovação] vai soar muito bem no nosso Fórum. Vai trazer ânimo. Tenho certeza de que essa crise vai despertar coisas construtivas, daqui vão nascer unicórnios [empresas de tecnologia que valem de 1 bilhão de dólares]. O ecossistema está pronto para que Goiás seja protagonista da mudança”, acredita.

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