terça-feira, 16 de abril de 2024
Caramuru prevê faturar R$ 5 bilhões este ano

Caramuru prevê faturar R$ 5 bilhões este ano

A Caramuru Alimentos faturou R$ 4,2 bilhões em 2018, alta de 12% sobre o ano anterior, e quer chegar a R$ 5 bilhões este ano. A meta foi informada por Alberto Borges de Souza, presidente do conselho de administração da companhia com sede em Goiás, a maior processadora de grãos de capital nacional do país, […]

2 de junho de 2019

Alberto Borges: “A cada sete anos revisamos nossa visão e posição no mercado. Analisamos e, se for o caso, reorientamos nossos planos para os próximos sete anos. É uma estratégia que vem dando certo”

A Caramuru Alimentos faturou R$ 4,2 bilhões em 2018, alta de 12% sobre o ano anterior, e quer chegar a R$ 5 bilhões este ano. A meta foi informada por Alberto Borges de Souza, presidente do conselho de administração da companhia com sede em Goiás, a maior processadora de grãos de capital nacional do país, em entrevista ao EMPREENDER EM GOIÁS.

A convite da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Alberto Borges falou de novos investimentos e dos desafios da empresa nos próximos anos. No evento, realizado na terça-feira (28) , foi distribuído o livro que conta os 55 anos da empresa familiar fundada no Paraná e depois transferida para Itumbiara, no Sul de Goiás, onde se encontra a maior fábrica do grupo.

Até o início de 2020, contou ele, a companhia começa a operar dois novos projetos. Na fábrica de Sorriso (MT), vai produzir etanol a partir de melaço, um subproduto do esmagamento de soja, uma tecnologia inédita no Brasil. A planta vai produzir também lecitina de soja, produto de maior valor agregado, dentro da estratégia que a Caramuru vem adotando com sucesso nos últimos anos.

O investimento total nessas operações de etanol e lecitina somam R$ 115 milhões, sendo R$ 69 milhões injetados em Sorriso pela Finep, agência estatal de financiamento. Outro projeto já em andamento é o que vai produzir glicerina biodestilada na fábrica de Ipameri (GO), produto de largo uso farmacêutico. O investimento próprio nesse projeto soma R$ 40 milhões.

Outro produto diferenciado que vem vitaminando os negócios internacionais da Caramuru é o processamento de proteína concentrada de soja

Estratégia

“A cada sete anos revisamos nossa visão e posição no mercado. Analisamos e, se for o caso, reorientamos nossos planos para os próximos sete anos. É uma estratégia que vem dando certo”, disse Alberto Borges em alusão à tática empresarial montada pela empresa para fugir da camisa de força do agronegócio brasileiro, baseada na exportação de grãos in natura. “Cerca de 83% da soja brasileira vai para China em grão, sem nenhum valor agregado”, exemplificou. Segundo a Conab, o Brasil colheu 119 milhões de toneladas de soja em 2018.

Para driblar essa negociação monofásica de commodities agrícolas, a Caramuru montou sua estratégia nos últimos 20 anos, concentrando esforços em produtos diferenciados, com maior valor agregado mirando principalmente o mercado europeu. Com unidades fabris em Goiás (Itumbiara, São Simão e Ipameri), Paraná (Apucarana) e Mato Grosso (Sorriso), a empresa concentra sua produção no processamento de grãos não transgênicos e fabricação de óleos especiais, como canola e girassol, dentre outros produtos de maior valor.

Outro produto diferenciado que vem vitaminando os negócios internacionais da Caramuru é o processamento de proteína concentrada de soja, subproduto de alto valor proteico que substitui a farinha de peixe na alimentação animal. As cerca de 600 toneladas/dia produzidas na fábrica de Sorriso (MT) vão para alimentar criadouros de salmão na Noruega, Dinamarca, Chile e países asiáticos.

Biodiesel

A receita que vem dando certo na empresa é completada com investimentos em biodiesel (com três fábricas) e produtos alimentícios para o varejo nacional com a marca Sinhá (óleos, farinhas, azeites, temperos e misturas). Outro diferencial da Caramuru foi a aposta no aprimoramento logístico, que combina desde o investimento em modernos armazéns próximos dos campos de produção à intermodalidade no transporte, conjugando rodovia, ferrovia e hidrovia.

Nesse capítulo, a Caramuru é das poucas empresas industriais que mantém fortes investimentos em hidrovias e portos. No ano passado, com investimentos de R$ 45 milhões, a empresa inaugurou um terminal de transbordo rodo-hidroviário em Itaituba (PA) e o Porto de Santana (AP), que acelerou o escoamento da proteína concentrada de soja para o exterior. Anos antes, a empresa já havia se associado à Rumo (que acabou de ganhar a concessão da Ferrovia Norte-Sul) em terminal no Porto de Santos (SP).

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