Empresas de TI movimentam R$ 750 milhões em Goiás

Crise? Existe um mercado em Goiás que atropelou a onda pessimista dos últimos dois anos ao experimentar crescimento de 35% entre 2014 e 2016. É a indústria de software e serviços, que movimenta mais de R$ 750 milhões por ano em Goiás. Em 2014 eram apenas 2,5 mil empresas no Estado. Hoje já somam quase 4 mil. Apesar destes números, é um setor em desenvolvimento, mas com forte potencial de crescimento em Goiás. Para se ter uma ideia, responde atualmente por menos de 1% do PIB goiano.

Este levantamento sobre o mercado goiano de TI foi desenvolvido pelas empresas Geoinova e a Ninho com o objetivo de apresentar o potencial econômico do segmento. Apesar da grave recessão econômica, a previsão da consultoria Gartner é que este mercado no Brasil atinja neste ano o valor de R$ 239 bilhões, consolidando-se como o sétimo maior do mundo.

Os empregos gerados pelas empresas de TI em Goiás cresceram 16% apenas em 2015, quando a economia já se encontrava em grave recessão. São 9,5 mil empregos diretos no Estado, principalmente nas empresas de pequeno porte, responsáveis por 49% da mão de obra.

Mas as empresas goianas de grande porte, que possuem mais de 99 funcionários em seus quadros, foram as que mais ampliaram as contratações no período, com a expansão de 49%. Já as de pequeno porte (entre 5 a 9 funcionários) e as de médio porte (entre 20 e 49) ampliaram as contratações de pessoal em 40% e 35%, respectivamente.

Outro dado do estudo mostra que cerca de 74% das empresas goianas de software e serviços têm atuação regional, no Centro-Oeste, e nacional. Apontada geralmente como a indústria do futuro, as empresas de software e serviços já são realidade em Goiás.

Localização
A grande maioria (65% do total) das 3.750 empresas de software e serviços em Goiás está concentrada na Grande Goiânia e o restante (35%) no interior do Estado. Apenas a capital concentra 49% das empresas.

As demais cidades-polos do setor de TI são: Anápolis (19%), Rio Verde (14%), Luziânia (10%), Valparaíso de Goiás (9%), Itumbiara (9%), Caldas Novas (8%) e Aparecida (6%). Mas o estudo constatou que o segmento tem crescido muito também em municípios de pequeno e médio portes como Nerópolis, Santo Antônio de Goiás e Goianira.

Gargalos
Com a forte expansão dos últimos anos, o setor de TI em Goiás encontra dificuldades como falta de mão de obra qualificada, concorrência de empresas estrangeiras e carência de incentivos do setor público.

“O Estado tem conseguido atrair novos atores para o cenário econômico goiano, mas essas empresas continuam consumindo soluções de TI de fora. Por isso é necessário que o poder público tenha foco no desenvolvimento de médio e longo prazo e disponibilize recursos de forma estratégica para preservar as empresas locais, sob pena de enterrarmos um segmento que pode promover o real crescimento de nossa economia”, alerta o estudo.

Países desenvolvidos como Suécia, Alemanha e Estados Unidos, e até mesmos alguns em desenvolvimento como Tailândia, Quênia, Uruguai e Bolívia, enfrentavam problemas similares na área de tecnologia da informação como os da atualidade em Goiás. A principal solução nestes mercados foi ampliar os investimentos na formação profissional e fomentar parcerias entre empresas e instituições de ensino superior.