sexta-feira, 19 de abril de 2024
Indústria aposta no reuso para prevenir falta de água

Indústria aposta no reuso para prevenir falta de água

Com a captação do Rio Meia Ponte para o setor produtivo reduzida pela metade desde o começo do mês por causa da baixa vazão registrada, empresas apostam no reuso da água para diminuir o impacto da medida. A defesa da reutilização desse recurso natural para prevenir sua escassez deu o tom das propostas apresentadas em […]

18 de julho de 2018

Evento realizado nesta terça-feira (17), na Fieg, discutiu a defesa da reutilização da água para prevenir a escassez desse recurso natural

Com a captação do Rio Meia Ponte para o setor produtivo reduzida pela metade desde o começo do mês por causa da baixa vazão registrada, empresas apostam no reuso da água para diminuir o impacto da medida. A defesa da reutilização desse recurso natural para prevenir sua escassez deu o tom das propostas apresentadas em estudo estratégico desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e parceiros nesta terça-feira, 17. As propostas foram sintetizadas em uma cartilha lançada pela entidade durante encontro na Casa da Indústria que reuniu representantes de sindicatos do setor.

Coordenadora do trabalho, a assessora de Meio Ambiente da Fieg, Elaine Farinelli, informou ao EMPREENDER EM GOIÁS que a redução da captação atingiu quatro indústrias com outorga para captar água diretamente do Rio Meia Ponte, o que equivale a 6 mil empregos diretos. “Tivemos esse problema no ano passado. As empresas se adequaram e estão usando sistema de reuso, estão usando água de barramento, algumas diminuíram a produção deste ano já prevendo o que aconteceriam. É um impacto grande e sério não só para a indústria, mas também para o setor agropecuário”, descreve.

Elaine Farinelli: “A redução da captação atingiu quatro indústrias com outorga para captar água diretamente do Rio Meia Ponte, o que equivale a 6 mil empregos diretos”

O caso do empresário João Essado, da Centro Couro, de Inhumas, foi um dos que se adaptaram à necessidade de uso racional do recurso, captado diretamente do Meia Ponte. No empreendimento, que gera 100 empregos diretos, além do reciclo, “a utilização da água de cinco a seis vezes”, também é realizado o seu tratamento. “Nós devolvemos a água tratada para o rio Inhuminha acima do local de captação, ou seja, estamos dentro dos requisitos ambientais”, explica.

A economia na captação, informa Essado, é de cerca de 50%. “Temos outorga para captação de 13 litros por segundo, mas captamos entre 6 e 7 litros”, comemora, ressaltando a importância da conscientização de toda a sociedade para a questão da economia.

Medidas

O estudo estratégico da Fieg aponta ainda outras medidas a serem adotadas pela indústria, além do reuso e do tratamento da água. Entre elas, a opção por equipamentos disponíveis no mercado que reduzem em até 75% as perdas de água. A captação de água das chuvas também é citada como alternativa para o uso dos mananciais e da distribuída pelas concessionárias.

Boas práticas já estão sendo adotadas por diferentes setores da indústria. A química, por exemplo, diminuiu em 25% a captação de água entre 2006 e 2016, ano em que um manual de boas práticas para gestão de recursos hídricos foi lançado. Já a produção de cimento tem 99% de seu parque industrial empregando o processo de via seca e a água usada para resfriar os equipamentos é reaproveitada.

O trabalho traz ainda sugestões para o contexto urbano, de saneamento e agropecuário, além de ações a serem desenvolvidas em conjunto.  “Temos que pensar principalmente nos novos empreendimentos. O governo precisa incentivar de alguma forma, porque talvez fique mais caro fazer o reservatório ou o tratamento da água que pode ser usada em jardins ou banheiros. As empresas, as indústrias, a maioria já faz. Temos que difundir isso cada vez mais”, defende a assessora de Meio Ambiente da Fieg.

João Essado:  “Nós devolvemos a água tratada para o rio Inhuminha acima do local de captação, ou seja, estamos dentro dos requisitos ambientais”

Exemplo

Um exemplo de reuso da água – dessa vez da chuva – vem da própria Fieg, que implantou no Edifício Pedro Alves de Oliveira, maior área útil do Sistema Fieg, com 7.520 m², um reservatório de 47.200 litros. “A redução nos últimos quatro meses, comparados com o mesmo período do ano passado, foi de 38% no consumo da água tratada”, informou o presidente da entidade, Pedro Alves de Oliveira. “A economia de água, se feita no período de chuvas, vai solucionar muitos problemas na época da seca. São propostas simples, mas que se aplicadas trarão resultados altamente positivos”, relaciona.

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