Tecnoshow Comigo espera superar R$ 1,7 bilhão em vendas

A Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) abre na segunda-feira (9) mais uma edição de sua grande feira de agronegócio, a maior do Centro-Oeste e uma das maiores do país. Na 17ª edição, a Tecnoshow Comigo espera superar o volume de negociações fechadas no ano passado, de R$ 1,7 bilhão.

“Numa visão pessimista, vamos empatar com esse valor de 2017, mas nossa expectativa é superar porque o produtor tem estado animado com boas safras e bom ambiente de mercado, especialmente do mercado internacional”, diz Antonio Chavaglia, presidente da cooperativa de Rio Verde.

A feira espera superar também o público que comparece aos cinco dias de exposições (vai até sexta-feira, 13). Em 2017, 102 mil pessoas estiveram nos 60 hectares do Centro Tecnológico Comigo que sedia o evento. Neste ano, a expectativa da organização é chegar a 110 mil visitantes.

O número de expositores segue o mesmo do ano passado: 550 em diversas áreas de maquinário e equipamentos agropecuários, insumos e resultados de pesquisas, além de demonstrações e lançamentos de cultivares, plots agrícolas em experimentos, espaço ambiental, palestras com especialistas (100 durante os cinco dias) e dinâmicas de animais.

O setor de máquinas e implementos agrícolas prevê crescimento de 5% a 8% nas vendas este ano, um pouco maior que o aumento de 7% registrado no ano passado em relação a 2016. Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão Bastos de Oliveira, o aumento é do maior volume de exportações do agronegócio.  O setor tem investido ainda mais em inovações tecnológicas, com o intuito de atender o produtor que busca por produtos e serviços modernos para suas propriedades.

Para Pedro, a Tecnoshow Comigo representa grande oportunidade para os agricultores conhecerem de uma forma rápida e conveniente todas as novidades que a indústria tem a oferecer

Antonio Chavaglia, presidente da Comigo

Crescimento e reivindicações

A feira da Comigo vem num crescendo nos últimos anos, mesmo num ambiente de crise econômica. Em 2015, a feira movimentou R$ 1,1 bilhão, número que saltou para R$ 1,3 bilhão em 2016 e fechou em R$ 1,7 bilhão no ano passado. Segundo Chavaglia, isso atesta a força da produção agropecuária do país nos mercados internacionais, mas também a busca do produtor por maior produtividade.

“Claro que o mercado dita o ritmo, mas mesmo nos momentos de baixa na economia, o produtor busca reduzir custos e ganhar produtividade. E qual o jeito de fazer isso na produção de alimentos, por exemplo? É corrigindo o solo, plantando novas cultivares melhor adaptadas e melhorando o manejo, tudo isso leva a novos investimentos”, teoriza o presidente da Comigo.

Como de praxe na abertura oficial da feira, líderes dos produtores reforçam a autoridades presentes (ministros e governadores costumam comparecer) as reivindicações frequentes para a produção agropecuária, como juros menores e melhorias em infraestrutura (estradas e portos). Segundo Chavaglia, o plano safra só chega no meio do ano, mas as cobranças por melhorias das políticas públicas para o setor não esperam.

“Vamos ver o que virá de novo na política de juro, já que o país tem aí uma Selic [juro básico da economia] decrescente e uma inflação abaixo do piso da meta. Queremos saber também o que falta acontecer para a Ferrovia Norte-Sul entrar de vez em operação”, adianta o dirigente um reclame que deve ser bastante reprisado na feira.