sábado, 20 de abril de 2024
Junin: da paixão por carros construiu um grande negócio

Junin: da paixão por carros construiu um grande negócio

O empresário Osvaldo Ribeiro Júnior é como a maioria dos jovens brasileiros: louco por carros. Mas, diferentemente da maioria, fez desta paixão para construir a maior rede de som e acessórios automotivos de Goiás e uma das maiores do Brasil: a Junin Auto Som, atualmente com 13 lojas próprias e franqueadas em Goiás e Brasília […]

1 de dezembro de 2017

O empresário Osvaldo Júnior, o Junin, construiu aos 40 anos de idade uma rede com 13 lojas de acessórios automotivos. Quer chegar a 200

O empresário Osvaldo Ribeiro Júnior é como a maioria dos jovens brasileiros: louco por carros. Mas, diferentemente da maioria, fez desta paixão para construir a maior rede de som e acessórios automotivos de Goiás e uma das maiores do Brasil: a Junin Auto Som, atualmente com 13 lojas próprias e franqueadas em Goiás e Brasília (DF). Aos 40 anos de idade, sua meta é chegar bem mais longe: construir uma rede com 200 unidades no País. “Desde muito pequeno, acompanhava as viagens de trabalho do meu pai, que era fiscal, pelo interior de Goiás e no Tocantins. Passava boa parte do meu tempo dentro de carro até os 12 anos de idade. Meus brinquedos, praticamente todos, eram relacionados a veículos”, conta o Junin (seu apelido de infância) ao EMPREENDER EM GOIÁS.

A brincadeira começou a ficar séria quando sua família se mudou para Goiânia no início dos anos 90 e seu irmão mais velho decidiu abrir uma loja especializada em venda de rodas e acessórios automotivos, a Hiper Rodas, no Setor Coimbra. “Fiquei louco. Não queria mais nada na vida, só passar a tarde na loja. As 13 anos de idade, comecei a trabalhar lá e ficava cada vez mais fascinado. Era uma época em que a maioria dos carros novos tinha apenas o básico e saia da loja transformados”, afirma. Osvaldo Júnior trabalhou na loja do seu irmão por quase dez anos e nos últimos quatro já ocupava a função de gerente. Foi quando, já aos 23 anos de idade, decidiu montar seu próprio negócio de som automotivo: a Junin Auto Som, em 2001.

“No começo, nem pensei em montar um negócio. Como fiz uma boa rede de relacionamento, montava o som dos carros nas casas de amigos, que começaram a me incentivar a abrir minha própria loja. Surgiu a oportunidade de alugar duas salas comerciais (que tinham menos de 200 metros quadrados) no Setor Coimbra. “O nome da loja foi num sonho que tive quando estava naquela ansiedade de abrir a loja e a marca, que uso até hoje. Ela foi desenvolvida por um amigo que fazia adesivos”, afirma o empresário.

Começo difícil
O começo, claro, não foi fácil. Mal sobrava dinheiro para pagar o aluguel do ponto comercial. “Juntava dinheiro para imprimir panfletos e distribuía sozinho nos feirões de carros em Goiânia todos os domingos. Só falhava quando os organizadores dos feirões me impediam porque não tinha dinheiro para pagar a taxa de propaganda. Mas, novamente, tive ajuda de amigos”, afirma Junin. Apesar de todo o esforço, o negócio não decolava. Foi quando o empresário percebeu que seu foco estava errado. Embora o mundo automotivo fosse sua paixão, isto não era o suficiente.

“Naquela época, o som pesado era a moda, com aquele monte de caixas de graves. Dava trabalho e demandava muito tempo para atender apenas um cliente, geralmente muito jovem e com pouco recurso. Era mais paixão do que negócio. Percebi, no segundo ano da empresa, que precisava mudar o foco para um público mais adulto, cujo perfil demandava serviços e produtos de qualidade, mas atendimento rápido. A primeira decisão foi que os carros dos clientes não dormeríam mais na loja e os serviços tinham de ser concluídos em até três horas”, diz. O público da empresa é formado a maioria por homens (86%) de 40 a 50 anos de idade.

Para isto desenvolveu parcerias com fornecedores, que começaram a produzir e a entregar kits de som automotivo (e outros acessórios) sob demanda, de fácil instalação. Desativou a marcenaria própria na loja e, com isto, ganhou espaço para mais carros. Não demorou para aumentar o fluxo de clientes. Foi quando Osvaldo Júnior ficou sabendo que o seu irmão colocou a loja à venda. Não pensou duas vezes. “Fui lá para fazer uma oferta e em cinco minutos comprei”, diz. Era a segunda unidade da Junin Auto Som em dois anos de empresa. No ano seguinte, abriu a terceira unidade na Avenida 85.

“O negócio começou a crescer rápido e deslumbrei”, brinca o jovem empresário. Na verdade, decidiu investir na valorização da sua marca. Foi ousado: abriu uma loja no Flamboyant Shopping Center. “É uma grande vitrine e foi algo inovador, que chamava a atenção até dos donos do shopping, por conta da exposição caprichada que montamos para as rodas, som e acessórios”, frisa. Só que a loja faturava pouco e, para piorar, seis meses depois o Flamboyant terceirizou seu estacionamento e, consequentemente, a Junin Auto Som perdeu o direito de três vagas usadas para a instalação do som vendido na loja. Teve de encerrar antecipadamente, de forma amigável, o contrato de locação de dez anos.

“Apesar de ter ficado pouco tempo, a loja do shopping foi um divisor de águas para a visibilidade da minha empresa. Transferi todo o estoque para uma nova loja na Avenida Quarta Radial. No primeiro mês de abertura, faturou praticamente a mesma quantia que a unidade no Flamboyant vendeu em oito meses”, diz o empresário. Depois, Osvaldo Júnior começou a comprar lojas da concorrência em Goiânia e abriu uma unidade em Anápolis. Com o negócio consolidado, a rede Junin já possuía nove lojas e uma pequena fábrica de couro automotivo. Com o início da operação de franquias há dois anos, hoje tem 13 unidades, inclusive em Aparecida, Rio Verde e Brasília. A central de administração e as lojas empregam cerca de 300 pessoas.

Investimento médio para abrir uma franquia da rede é de R$ 400 mil com retorno em até 24 meses

FRANQUIA CUSTA EM MÉDIA R$ 380 MIL

Para abrir uma franquia da Junin Auto Som, a primeira exigência é, claro, gostar de carros. “Não adianta investir em algo que você não se identifica. Fazemos antes uma espécie de test-drive com o potencial investidor em uma das nossas lojas, onde ele tem de ficar por pelo menos três dias para avaliar se gosta do negócio e de trabalhar com pessoas. Claro, precisa também ter visão empreendedora”, diz Osvaldo Júnior. O investimento com taxa de franquia, preparação da loja, estoque e capital de giro fica em torno de R$ 380 mil e a perspectiva de retorno é de até 24 meses. “Dependendo da loja e do dono, é bem menos. Algumas unidades faturam R$ 80 mil por mês, outras quase R$ 200 mil”, frisa.

“Temos um plano de crescimento a longo prazo. Nosso foco agora é crescer para outras cidades maiores em Goiás como Catalão e Caldas Novas, entrar no Triângulo Mineiro e Campo Grande (Mato Grosso do Sul)”, afirma o empresário. A meta é ter 200 franquias no Brasil. Para o próximo ano, a previsão é abrir de oito a dez lojas. “Claro que, para isto, demandará tempo. Será um crescimento gradual, planejado. Somos conhecidos em Goiás, mas não em outros Estados. É preciso consolidar nossos franqueados. Pedidos para franquias temos muitos, mas de cada 100, no máximo 5 dos potenciais franqueados têm perfil para o negócio. Todo mundo quer ganhar dinheiro, mas já tive de encerrar contrato com franqueado que abriu uma unidade, só que não se dedicava ao negócio. A sua loja, mesmo vendendo muito, não aguentou um ano. Isto não queremos”, diz.

A Junin Auto Som selecionou um pool de fornecedores de marcas reconhecidas no mercado para garantir a qualidade e ganhar escala na compra, reduzindo os custos. Além disto, passou a desenvolver produtos de marca própria (a J Xtreme) de acessórios automotivos. Para manter a padrão nos produtos e serviços, um auditor da Junin visita rotineiramente as lojas para avaliar o atendimento e a instalação. Outra área que a empresa dá muita importância é o pós-vendas. “Ligamos para todos os clientes depois do serviço realizado. Se ele não gostou, fazemos a troca sem custo e nenhum tipo de questionamento”, afirma o empresário.

Ciente de que o seu mercado passa por constantes mudanças, a Junin Auto Som já começou a mudar novamente o foco do seu negócio. Se os carros antes saíam das fábricas apenas com o som básico, hoje é comum terem multimídia de última geração. Travas elétricas e alarme, então, é praticamente básico atualmente. Portanto, a empresa deixou de focar apenas em som e acessórios para oferecer maior leque de serviços automotivos. “Nos especializamos, por exemplo, na estética e proteção de veículos, com venda de produtos importados e realização de serviços para a conservação da pintura e do couro. Enquanto existirem pessoas apaixonadas por carros, sempre haverá mercado para nós. Temos é de sempre inovar para atender as novas demandas que surgem”, conta.

 

Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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2 thoughts on “Junin: da paixão por carros construiu um grande negócio”

  1. Alcidina disse:

    Sou muito feliz com meu Deus por ter abençoado todos os meus filhos e por estar viva para ver e viver estes momentos com eles. Junin, Murillo e Camilla.

  2. Parabens ao senhor Junin, ótima iniciativa em ajudar as pessoas com franquias.