quinta-feira, 25 de abril de 2024
Bares de mesa cheia e faturamento em queda

Bares de mesa cheia e faturamento em queda

O movimento na maioria dos bares e restaurantes da Grande Goiânia voltou a aumentar. As mesas estão cheias. Mas o faturamento do setor ainda continua em queda. Motivo: os clientes reduziram o consumo, seja em troca por produtos mais baratos, ou na quantidade mesmo. “Não nos recuperamos ainda do baque provocado pela retração econômica dos […]

29 de novembro de 2017

Abrasel estima que o ticket médio caiu de R$ 70,00 para R$ 30,00 nos bares e restaurantes

O movimento na maioria dos bares e restaurantes da Grande Goiânia voltou a aumentar. As mesas estão cheias. Mas o faturamento do setor ainda continua em queda. Motivo: os clientes reduziram o consumo, seja em troca por produtos mais baratos, ou na quantidade mesmo. “Não nos recuperamos ainda do baque provocado pela retração econômica dos últimos dois anos. Há um processo de redução de consumo, com as pessoas reduzindo tanto as visitas aos estabelecimentos, quanto o ticket médio consumido”, diz o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel-GO), Fernando de Oliveira Jorge

Dados da entidade mostram redução de cerca de 30% ao ano no movimento de bares e restaurantes na Grande Goiânia de 2015 a 2017. “O ticket médio de consumo à noite que girava de R$ 50 a R$ 70, hoje não passa de R$ 30. No almoço também caiu de R$ 25 para R$ 15 em média. Estamos vivendo uma instabilidade muito grande ainda este ano, estancando a forte queda dos últimos anos, mas sem registrar boa recuperação”, comenta o Fernando Jorge, proprietário do Café Nice.

Na semana passada um dos estabelecimentos mais tradicionais de Goiânia, o Peixinho Restaurante e Bar (Setor Marista), encerrou suas atividades depois de 23 anos de funcionamento, em que se destacou no segmento de pescados. Contribuiu para isto também as mudanças de gestão (sociedades) e também por ter sido interditado no final do ano passado pela Vigilância Sanitária.

Por conta deste cenário, a decisão do governo de Goiás de reduzir os incentivos fiscais concedidos ao setor produtivo (leia mais sobre isto aqui) tem deixado em alerta os empresários do setor. No caso de bares e restaurantes, a medida pode significar um aumento médio de até 20% nos preços ao consumidor. “Essa medida do governo vai complicar esse quadro e prevemos tempos sombrios a partir do ano que vem, se não houver um acordo nessa questão dos incentivos fiscais”, afirma o presidente da Abrasel.

Pelo decreto do governo (publicado no fim de outubro, mas que segue suspenso por liminar judicial obtida pelos empresários), o setor de bares e restaurantes teria a alíquota aumentada de 7% para 17%. De acordo com ele, há uma outra elevação de impostos em cadeia na medida, que pega outros produtos que são insumos básicos para bares e restaurantes. “É esse imposto em cadeia que, somado ao nosso, vai chegar a 20% no preço final de nossos produtos e serviços ao consumidor”, afirma Fernando Jorge.

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Hora difícil
O empresário diz que a redução dos incentivos pegará o setor numa “hora difícil”, com aumento de custos de final de ano, com o pagamento de 13º salário e outros gastos com promoções e campanhas para tentar aquecer vendas. “Já temos estabelecimentos planejando até deixar o Estado em função dessa decisão de aumento de impostos”, diz sobre a informação de que o restaurante Coco Bambu estaria prestes a confirmar o fechamento de sua unidade do shopping Flamboyant.

Famoso pelo cardápio especializado em frutos do mar, o Coco Bambu tem uma rede de 29 restaurantes em 15 estados. A marca chegou em Goiânia em janeiro de 2014 e os sócios confirmaram em entrevistas à imprensa a decisão de fechar a unidade goiana, caso não haja recuo do governo. Fernando Jorge não revela nomes, mas diz que há outros estabelecimentos famosos planejando fechar as portas em Goiás em função da mudança da carga de ICMS.

Ele lembra que com a medida do governo, Goiás passa a ter umas das maiores taxas de ICMS para o setor de alimentação fora de casa do País. “O eixo Rio-São Paulo, que tem um mercado bastante desenvolvido nessa área, cobra no máximo 3,2% de imposto. Nosso vizinho Distrito Federal cobra 2%, no Nordeste, a maior alíquota é 6%. Vai ficar difícil para nós em Goiás se o governo não rever essa decisão. Virão outros fechamentos com a consequente perda de vagas de desemprego”, diz o dirigente da Abrasel informando que a entidade segue no movimento empresarial que negocia com o governo a revisão da pauta de redução dos incentivos fiscais.

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