sexta-feira, 19 de abril de 2024
Omega Dornier foca na produção própria de jóias

Omega Dornier foca na produção própria de jóias

Uma das mais tradicionais joalherias da capital, a Omega Dornier reforça sua produção própria de jóias para crescer no mercado. Processando de 18 a 20 quilos de ouro por ano na fabricação de anéis, colares, brincos, pulseiras, pingentes e outros souvenires valiosos, o empresário Geovar Pereira mira reduzir custos num setor muito pulverizado e fortemente […]

17 de novembro de 2017

Geovar Pereira começou o negócio ainda como ouvires no inicio da década de 60 quando comprou a sua primeira loja

Uma das mais tradicionais joalherias da capital, a Omega Dornier reforça sua produção própria de jóias para crescer no mercado. Processando de 18 a 20 quilos de ouro por ano na fabricação de anéis, colares, brincos, pulseiras, pingentes e outros souvenires valiosos, o empresário Geovar Pereira mira reduzir custos num setor muito pulverizado e fortemente afetado pela informalidade.

A moderna fábrica, que produz peças em 3D, já representa 60% das vendas, com a linha de relógios em segundo na lista (com 30%) e óculos e acessórios responsáveis pelos 10% restantes do faturamento da joalheria goiana. O ouro é adquirido junto à BM&FBovespa, enquanto brilhantes e diamantes que dão o toque especial às encomendas, vêm lapidadas de empresas especializadas do setor. A fábrica ainda produz muito sob encomenda, mas já tem coleções próprias criadas por designers.

“Aqui trabalhamos com o sonho das pessoas, por isso buscamos focar na qualidade, em oferecer uma peça que vai acompanhar a pessoa pelo resto de sua vida”, afirma Geovar Pereira ao EMPREENDER EM GOIÁS. O empresário administra a fábrica e as lojas em parceria com a mulher e filhos, que administram também a Danglar (loja de perfil classe A do grupo), e um grupo enxuto de gerentes. Fábrica e lojas da Omega Dornier atualmente contam com 120 funcionários diretos, sendo 93 nas lojas e 27 na indústria.

A Omega Dornier tem sete lojas nos principais shoppings center de Goiânia, tendo apenas a matriz em loja de rua no Setor Campinas, e atendem a um perfil de público mais popular, em que pese manter também um portfólio para clientes de maior renda. Representante exclusivo em Goiás de marcas famosas como Rolex e Lamborghini (famosa grife italiana de carros que também faz relógios de luxo), a empresa é uma das poucas lojas pioneiras do setor ainda na ativa em Goiânia (foi criada em 1961 por Geovar e o irmão Geovanildo Pereira, que não continua mais na sociedade).

O grupo conta ainda com três quiosques e duas lojas da marca Omega Solares, exclusivas para venda de óculos de sol. Os quiosques, também ideia de Geovar Pereira, que gosta de arriscar em ações de marketing, estão nos shoppings Flamboyant, Buriti e Goiânia, enquanto as lojas físicas ficam no aeroporto e no Shopping Passeio das Águas. A rede joalheria se prepara também para entrar no e-commerce, levando suas lojas e marcas à internet.

Profissão: ouvires
Matogrossense radicado em Goiânia, Geovar Pereira já fez de tudo na vida. Foi barbeiro, trabalhou com frete e foi também cobrador de ônibus na capital nos anos 1950. Mas, desde adolescente, mantém uma relação estreita com o ofício de ourives (profissional que trabalha com metais preciosos, especialmente ouro e prata), onde atuava no Setor Campinas, perto de uma loja Omega cujo o dono sempre brincava que um dia seria dele.

E foi. Com o irmão, adquiriu em 1961 a pequena loja de 30 metros quadrados que deu origem ao grupo e ambos encheram as prateleiras de canetas e pequenos acessórios “para dar volume”. Na época este segmento era restrito, com poucas lojas do ramo. “No máximo quatro boas”, lembra Geovar Pereira, que com uma pasta de joias debaixo do braço percorria as festas religiosas de Goiás em busca de novos clientes. Também viajava, de Fusca, para São Paulo para comprar joias, canetas e óculos.

Pouco mais de 20 anos depois, os irmãos Pereira tinham 14 lojas. No final dos anos 90, os irmãos decidiram desfazer a sociedade e cada um pegou o seu quinhão no negócio e seguiu rumo próprio. Das sete lojas que lhe coube na partilha, Geovar Pereira terminou com três, uma delas a que deu origem a tudo, em Campinas, onde também está a fábrica.

Omega Dornier tem apostado nos últimos anos em pontos comerciais fortes e na maior qualidade dos produtos

O Dornier acrescentado no nome da loja, conta o empresário, foi uma tentativa de ofuscar a marca famosa. Mas não teve jeito. Assim como não durou muito outra jogada de marketing de tentar popularizar o negócio, trocando o nome para Omega do Balão. Era início dos anos 2000, tempos de vacas magras na economia e Geovar Pereira queria ampliar a visibilidade das lojas. Além do nome, começou a fazer promoções de apelo popular no preço, dando descontos reais. Sem êxito. O Omega do Balão acabou ficando restrita à loja de Anápolis, vendida a um ex-funcionário.

Seis anos mais tarde, com o crescimento da economia brasileira e aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, Geovar Pereira percebeu que as marcas fortes como H.Stern e Vivara voltariam com tudo e retomou o nome original Omega Dornier, instalando suas lojas em pontos fortes nos shoppings e investindo na qualidade do que vendia. Teve êxito. Este diferencial deu novo fôlego à joalheria goiana e apontou para a produção própria.

Um caminho agora sem volta, que devolveu o ofício original ao empresário Geovar Pereira, agora mais atento à modernidade e sofisticação industrial que os novos tempos e consumidores exigem.

Wanderley de Faria é jornalista especializado em Economia e Negócios, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA/FEA/USP - BM&FBovespa

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One thought on “Omega Dornier foca na produção própria de jóias”

  1. Parabéns ao grande empreendedor Geovar Pereira, que sempre confiou em seu potencial e visão de mercado, serve de inspiração para os novos empreendedores goianos com toda certeza.